As chuvas intensas que atingiram Mato Grosso em janeiro afetaram a qualidade da soja e os produtores rurais receberão menos pela primeira safra, conforme o segundo-diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jorge Diego Giacomelli. Os grãos são classificados nos armazéns de acordo com critérios do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). No entanto, Giacomelli explicou que a água em excesso dificulta que o peso, tamanho e formato ideiais sejam atingidos. Fora do padrão de mercado, é natural que os compradores derrubem os preços.
"A qualidade da soja de Mato Grosso é excepcional, porém, a palha que segura esse grão no pé tem uma certa tolerância de umidade, chegou em um certo nível, essa soja tem que ser colhida. Se ela não for colhida, vai tomando chuva em cima, essa soja vai se deteriorando no próprio pé e isso reflete na hora de classificar o produtor quando chega no armazém que vai beneficiar", pontuou Jorge Giacomelli ao HNT.
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"Tendo uma soja de mais baixa qualidade, o produtor vai acabar recebendo menos por ela e vai impactar negativamente no resultado de safra", alertou o diretor da Aprosoja-MT
Na lavoura, a soja está coberta por uma palha que acaba absorvendo a umidade. Como o tempo de exposição à água foi maior em janeiro de 2025, parte dos grãos começariam a se deteriorar caso a colheita não fosse iniciada. Porém, não foi possível cumprir com as datas habituais, uma vez que o plantio ocorreu com 15 dias de atraso, gerando um efeito em cadeia que forçou o adiamento do início da colheita.
"Nós tivemos uma semeadura que veio atrasada, foi semeada com 15 dias de atraso em função de seca. Depois as chuvas se estabilizaram, começou a chover bem, tivemos um bom desenvolvimento das lavouras no campo e estão bonitas. Só que agora chegou o momento da colheita, um pouco atrasada, mas chegou. Há mais ou menos duas semanas está se colhendo soja em Mato Grosso", discorreu.
Giacomelli explicou que todo este cenário será prejudicial ao balanço da primeira safra, uma vez que o volume de soja comercializado será menor, encolhendo, automaticamente, os lucros do setor.
"Tendo uma soja de mais baixa qualidade, o produtor vai acabar recebendo menos por ela e vai impactar negativamente no resultado de safra", alertou o diretor.
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TENDÊNCIA É DE MAIS CHUVA
Quando a colheita foi iniciada, a Aprosoja-MT disparou um comunicado com recomendações aos produtores rurais. No informe, a entidade destacava que as filas para os silos estavam mais longas que anos anteriores pois os caminhões acabam esperando um tempo maior para que a secagem seja feita antes da classificação e estocagem. O processo demorado esbarra em outra dificuldade no estado: o déficit de silos.
Giacomelli ressalta que as perspectivas para as próximas semanas não são diferentes do que foi visto. A previsão é de a chuva continue castigando as áreas produtivas.
"Em média, 12% da safra já está colhida e realmente agora vão se intensificar os trabalhos de colheita. Porém, os excessos de chuva tem penalizado muito os trabalhos no campo, esse final de semana algumas regiões atingiram 140 milímetros de chuva. É muita chuva", observou à reportagem.
"Isso atrapalha o produtor e faz perder a qualidade da soja pois ela acaba estragando no pé antes de ser colhida, se perde peso, aumenta a umidade e pressiona os armazéns secadores para fazer o processo de beneficiamento da soja. Realmente, o clima está atrapalhando muito a colheita e está comprometendo até o resultado positivo de safra", finalizou o diretor.
O Minuto HNT abordou como que os fenômenos climáticos ue atrasaram o início do plantio, prejudicam a colheita, levantando preocupações nos produtores.
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