A condenação do ex-vigilante Alexsandro Abílio de Freitas a sete anos em regime semiaberto após confessar que matou o empresário Adriano Maryssael Campos em uma agência bancária, crime registrado em vídeo pelo sistema de segurança do local, deixou a população e a família da vítima revoltadas, com uma sensação de impunidade. O julgamento aconteceu na quinta-feira (14) e Alexsandro deixou o Tribunal do Júri caminhando pela porta da frente.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Na avaliação da delegada, as leis deixam a população com uma sensação de impunidade, mas "com a legislação não existe discussão"
A delegada Silvia Pauluzzi, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que já prendeu mais de 200 pessoas por executarem desafetos na Região Metropolitana de Cuiabá, comentou que a insatisfação popular existe, porém com a lei não existe discussão.
“Todo crime de homicídio revolta a sociedade. O fato de ele ter saído pela porta da frente, em total liberdade, frustra ainda mais a população. Porém, com a legislação não existe discussão. A juíza dosou a pena conforme o que foi votado pelos jurados, então não há o que discutir. Se é abaixo de oito anos, é regime semiaberto”, disse.
Silvia ainda lembra que o ex-vigilante matou porque foi afrontado pela vítima por muito tempo. Nada justifica a morte, porém ele foi autuado pelo crime de homicídio privilegiado.
“Pelo que fiquei sabendo, o Adriano afrontou ele por muito tempo. A legislação que faz a sociedade ver o caso como mais uma impunidade. Porém, ele foi condenado, só que irá cumprir pena em regime aberto. O executor é réu primário, pessoa de endereço fixo, nunca cometeu nenhum ato criminoso e a magistrada apenas ponderou a pena conforme a circunstância do crime”, explicou.
Alan Cosme/HiperNoticias
Alessandro confessou o crime e chorou no Tribunal do Juri, e foi condenado a sete anos e seis meses, que irá cumprir em regime de liberdade
A filha da vítima, Stephania Maryssael, disse que a liberdade para o ex-vigilante dá a impressão de que ele teve razão em matar seu pai. “Não consigo entender como o caso foi revertido. Ficou parecendo que ele teve razão em tirar a vida do meu pai. Eu estou indignada com essa sentença branda”, disse, em recente entrevista ao site Mídia News.
Alexsandro Abílio de Freitas matou Adriano em junho de 2011. A defesa dele, composta pelos advogados Neyman Monteiro e Nilton Ribeiro, declarou que o ex-vigia atirou para matar por que era constantemente ameaçado e tinha sua imagem denegrida perante seus colegas de trabalho toda vez que o empresário ia à agência bancária.
“Por três meses esse jovem sofreu torturas verbais, sendo chamado de 'preto', 'macaco' e 'neguinho'. O Adriano achava que ele era quem travava a porta e, por isso, o xingava sempre. Mas na verdade era o Adriano que não tirava celular, relógio e chaves do carro do bolso e, por isso, a porta travava. Mesmo assim, ele ameaçou e disse que ia matar meu cliente, que atirou e, infelizmente, matou. Mas ele não é criminoso. Ele cometeu um erro, deve ser condenado, mas não deve ficar preso. Peço que os senhores [jurados], tirem a qualificadora e façam a justiça certa”, pediu o advogado.
A sentença saiu. Seu cliente foi condenado por sete anos e seis meses em regime semiaberto. Porém, como Cuiabá não possui colônia penal, Alexsandro deixou o Fórum pela porta da frente.
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