As defesas das duas empresas não foram encontradas para comentar a decisão da Prefeitura. Ambas terão 15 dias para apresentar suas argumentações, seguindo os trâmites legais.
A Prefeitura informou que a decisão foi tomada em conjunto pela Secretaria Municipal da Fazenda, a Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM), a Procuradoria Geral do Município, a Controladoria Geral do Município e a SPTrans, durante reunião realizada na segunda-feira, 23.
- "Durante as fiscalizações realizadas nas empresas, foi detectada a existência de inconformidades financeiras e operacionais por parte das concessionárias. Em complemento, a Fundação Vanzolini, contratada para consultoria, apontou a necessidade de uma série de melhorias na infraestrutura, na manutenção dos veículos e na qualificação das finanças", justificou a prefeitura em nota.
O poder municipal assegura que não haverá descontinuidade nos serviços de transporte público na capital nem prejuízo aos pagamentos de funcionários e fornecedores das concessionárias.
- Atualmente, a Transwolff opera 132 linhas com uma frota de 1.146 veículos, transportando cerca de 583 mil passageiros diariamente.
- Já a UpBus atende 13 linhas com 158 ônibus, responsáveis pelo transporte de 73 mil passageiros por dia.
Investigação de 4 anos vê indícios de lavagem de dinheiro
Investigação de 4 anos vê indícios de lavagem de dinheiro
Desde abril do ano passado, as empresas Transwolff e UpBus estão sob investigação da Operação Fim da Linha, que revelou possível ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação é resultado de uma apuração que durou quatro anos, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Lançada em 2023, a operação - a maior já feita até hoje contra a infiltração do crime organizado no poder público municipal - identificou indícios de que a organização criminosa, estabelecida por meio das empresas de transporte, estaria utilizando o setor para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e de grandes roubos, como o furto de 770 quilos de ouro, ocorrido em 2021, no Aeroporto de Guarulhos.
A análise das movimentações financeiras dos investigados feitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) levantou ainda a suspeita de sonegações fiscais feita em compras e vendas de imóveis, daí a inclusão de fiscais da Receita Federal na operação.
A Operação Fim da Linha executou quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão na capital paulista, em cidades da região metropolitana e no interior de São Paulo.
- Entre os alvos, o presidente da UpBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso na manhã da última sexta-feira, 20, como resultado de uma ação conjunta entre a PM e o GAECO.
Como mostrou o Estadão em fevereiro, sete companhias de ônibus foram ou estão sendo investigadas pela Polícia e pelo Ministério Público por suspeita de elo com o crime organizado.
Juntas, são responsáveis por transportar 27,5% dos passageiros de ônibus da capital, e receberam R$ 2 bilhões da prefeitura de SP apenas em 2023, sendo que três delas assinaram oito novos contratos e embolsaram R$ 860 milhões em repasses do sistema depois da abertura dos mais recentes inquéritos sobre a ação do PCC no setor.
(Com Agência Estado)
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