"No trabalho de levantamento do local no dia do fato foram coletadas amostras biológicas, impressões papiloscópicas (digitais) e um levantamento 3D do local", afirmou Karen Kawakani, perita criminal da Polícia Técnico-Científica nesta terça-feira, 19. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Coelho.
O levantamento 3D, ainda em desenvolvimento pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vai estabelecer as trajetórias balísticas que mataram o empresário. As investigações ainda não determinaram a origem dos tiros que vitimaram o motorista de aplicativo Celso Novais, de 41 anos, a segunda vítima do ataque.
"Pelas imagens é sabido de onde partiram os disparos que atingiram o Vinicius, mas não o motorista do Uber. Estamos fazendo toda essa ilustração da dinâmica", diz a perita.
Um dos avanços importantes foi a localização das armas, três fuzis e uma pistola. "Já terminaram os exames periciais de confronto balístico. Fizemos uma força-tarefa com o trabalho de três peritos para conseguir analisar tudo. Eram três fuzis e uma pistola e muita munição. As armas identificadas foram aquelas usadas na ocorrência."
O trabalho dos peritos também envolve o levantamento papiloscópico da munição e a coleta de materiais e vestígios biológicos. "Quando ele (atirador) vai municiar as armas, há contato com as munições. Foram mais de 50 amostras biológicas que entraram no laboratório", revela Kawakani.
O desafio dos peritos é a análise desses materiais. "São exíguos, são poucos materiais para conseguir fazer uma extração. Estamos caminhando bem para fazer a identificação por DNA."
Perícias complementares estão sendo feitas no veículo utilizado pelos assassinatos, um Gol preto. Um equipamento forense de luzes e filtros conseguiu identificar nove fragmentos de impressões digitais dos suspeitos. "Estamos fazendo a pesquisa para tentar chegar à identificação."
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito nesta terça-feira, 19. O suspeito está foragido.
A Secretaria de Segurança Pública oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre ele. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que outro fator importante para a identificação do suspeito foi a análise das imagens das câmeras de segurança.
Como foi a execução do delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.
O ataque ocorreu por volta das 16 horas e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil.
O delator voltava de viagem com a quando foi atacado a tiros. As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.
(Com Agência Estado)
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