O secretário disse ser necessário alcançar um acordo sólido durante o G20, no Rio de Janeiro, e a COP 29, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorre em Baku, no Azerbaijão.
"Um acordo é essencial. Se não houver acordo, se falharmos na COP 29, isso deixará inevitavelmente consequências negativas na proteção das populações, e terá também um impacto muito negativo na COP 30, no Brasil", alertou Guterres, em entrevista a jornalistas no centro de imprensa da cúpula de líderes, no Rio.
Ele destacou ainda que os países desenvolvidos têm a missão de apoiar as economias emergentes nas ações de adaptação climática.
"O fracasso não é uma opção", disse. "O G20 deve liderar com planos nacionais alinhados ao objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Brasil e Reino Unido já mostraram o caminho, mas todos os países do G20 precisam fazer um esforço adicional", defendeu.
EUA
Gueterres também afirmou que os Estados Unidos têm papel importante na questão climática, mas também são uma economia de mercado. Ou seja, a economia e a sociedade americanas estão atualmente sob uma influência mais limitada de governo do que já estiveram no passado.
"E todos os sinais do mercado atualmente mostram que a energia renovável não é apenas a mais verde, mas também a mais barata forma de produzir energia. Então, estamos confiantes de que o dinamismo da economia americana e da sociedade americana vai se mover em direção da ação climática. Reconheço que a influência do governo é muito mais limitada do que já foi no passado", disse Guterres, em entrevista a jornalistas no centro de imprensa da cúpula de líderes, no Rio.
Questionado sobre como líderes mundiais podem impedir que o futuro governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, possa atrapalhar acordos de cooperação internacional, Gueterres defendeu que o fortalecimento ao multilateralismo é a melhor resposta a qualquer eventual ameaça.
"O mais importante é reconhecer a importância do multilateralismo e sustentar instituições multilaterais. Se você faz isso no nível da Organização das Nações Unidas, se você faz isso no nível da arquitetura financeira internacional, se você adota um diálogo significativo no nível da governança da Inteligência Artificial, se você está apto a fazer uma aposta firme no multilateralismo, essa é a melhor resposta possível", concluiu.
(Com Agência Estado)
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