Barroso falou na abertura da sessão plenária na tarde de hoje, a primeira após um homem lançar explosivos contra o Supremo e no estacionamento da Câmara, na noite de ontem. Ele morreu em meio às explosões. "Abro esta sessão com uma fala institucional que preferiria muito não ter que fazer", disse o ministro. "E apesar de ainda estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, nós precisamos - como País e como sociedade - fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós".
"Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência? Estamos importando mercadorias espiritualmente defeituosas de outros países que se desencontraram na história", questionou.
O magistrado citou os artefatos encontrados pela Polícia Federal (PF) na casa alugada pelo homem em Ceilândia (DF) e disse que esse fato "mostra o nível de periculosidade das pessoas com as quais estamos lidando".
'Não são negacionistas só na área da saúde, mas do estado de direito'
O ministro Alexandre de Moraes, que será relator do inquérito que investiga o atentado de ontem no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que pessoas que praticam atos como esses são "negacionistas do estado de direito" e que "serão responsabilizados". Ele lamentou o que chama de "mediocridade" de pessoas que banalizam "um gravíssimo ato terrorista" e que dizem que a explosão foi "mero suicídio".
"A nossa polícia judicial evitou que ele entrasse aqui para explodir, e na hora que ele seria preso, aí ele se explodiu. Essa mediocridade pretende normalizar o contínuo ataque às instituições. Essas pessoas não são negacionistas só na área da saúde, mas do estado de direito e devem ser responsabilizadas, serão responsabilizadas", destacou.
"No mundo todo, alguém que coloca na cintura artefatos para explodir pessoas é considerado terrorista", complementou o ministro.
(Com Agência Estado)
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