"Com o golpe de Estado, provavelmente, eu também não estaria mais aqui", afirmou na noite de terça-feira, 18, em entrevista à GloboNews. "Eu mesmo recebi, em algum momento, duas ou três ofertas de exílio, se eu precisasse, para você ter uma ideia", afirmou. Essas ofertas ocorreram antes mesmo do ataque de 8 de janeiro de 2023, quando golpistas invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.
Barroso, no entanto, deixou claro que não considerou deixar o Brasil. "Eu já vivi fora do Brasil, mas o meu coração mora aqui, não tenho vontade de ir embora, não. Mas se tivesse passado o golpe, é muito possível que a gente não estivesse aqui", afirmou.
O contexto das declarações inclui investigações conduzidas pelo STF sobre os planos de golpe que visavam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Entre os investigados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta semana, o Supremo rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro para afastar Alexandre de Moraes da relatoria do caso, alegando um possível envolvimento pessoal do ministro devido a ameaças de morte contra ele. Barroso defendeu a continuidade de Moraes no caso, argumentando que as ameaças não eram contra uma pessoa específica, mas contra as instituições democráticas.
Para ele, o objetivo era eliminar obstáculos ao projeto golpista, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Lula. "Isso não era um atentado pessoal contra eles, era um atentado contra as instituições", declarou.
No momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa o relatório da Polícia Federal (PF) que indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro mais 39 por golpe de Estado. A intenção do procurador-geral da República, Paulo Gonet, é oferecer as denúncias ao Supremo até março do ano que vem.
(Com Agência Estado)
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