A defesa informou que o ex-ministro respondeu a todas as perguntas e "demonstrou sua disposição em auxiliar na busca da verdade dos fatos".
Após a oitiva, o advogado Eumar Novacki, que representa o ex-ministro, informou que vai pedir a reconsideração do indiciamento de Anderson Torres. Ele foi indiciado antes da conclusão da investigação, o que pegou a defesa de surpresa.
A PRF faz parte da estrutura administrativa do Ministério da Justiça.
A PF pediu o indiciamento do ex-ministro e do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, por considerar que eles usaram a corporação para impedir o deslocamento de eleitores na região Nordeste, reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com isso tentar beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a PF, a conduta se enquadra no crime de violência política, descrito no Código Penal como "restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".
A pena, em caso de condenação, pode variar entre três e seis anos de reclusão.
Também foram indiciados quatro policiais federais que, na época, estavam cedidos ao Ministério da Justiça. São eles: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar.
Anderson Torres já havia sido ouvido pela Polícia Federal. O primeiro depoimento foi prestado em maio de 2023. Na ocasião, afirmou que PRF tem autonomia para fazer o próprio planejamento operacional na eleição e que, como ministro, ele não tinha a prerrogativa de vetar o plano de ação. Também negou ter dado ordem para a PRF priorizar operações no Nordeste.
Duas descobertas arrastaram Anderson Torres para a investigação: uma viagem do ex-ministro à Bahia dias antes do segundo turno e um relatório de inteligência, produzido pela pasta, com detalhes dos locais de votação onde Lula venceu com ampla margem no primeiro turno.
Em seu primeiro depoimento, Anderson Torres admitiu que recebeu uma lista dos locais de votação em que Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno. Segundo ele, o mesmo mapa foi produzido sobre Bolsonaro. O objetivo, de acordo com o ex-ministro, era "relacionar crimes eleitorais".
Anderson Torres disse ainda que a viagem a Salvador, em 25 de outubro, cinco dias antes do segundo turno, não teve relação com a eleição. Ele afirmou que foi participar da entrega de uma obra da Superintendência da Polícia Federal na Bahia. O ex-ministro admitiu, no entanto, que participou de uma reunião com o então diretor-geral da Polícia Federal Márcio Nunes, e o ex-superintendente da corporação na Bahia, Leandro Almada, para falar sobre a eleição.
(Com Agência Estado)
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