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Artigos Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2019, 14:10 - A | A

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Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2019, 14h:10 - A | A

EDUARDO POVOAS

Sabedoria Ibérica

EDUARDO POVOAS

Arquivo pessoal

Eduardo Povoas

Desde criança ouço meu pai dizer que aqui em Cuiabá o comercio deveria funcionar das sete às onze da manhã, e das catorze às dezoito ou dezenove horas, evitando o sol escaldante e a temperatura insuportável das onze às catorze horas.

E olha que ele começou a dizer isso há cinco décadas atrás quando Cuiabá tinha a maioria das suas ruas sem pavimento, e a agua da chuva podia drenar solo adentro, e com isso modificar substancialmente a temperatura da nossa cidade, diferentemente de hoje com quase todas suas ruas asfaltadas, a agua corre diretamente para o rio.

Alguns desinformados criticam nossas ruas do centro histórico por serem muito apertadas.

Mal sabem que essas ruas foram feitas baseadas na inteligência portuguesa e espanhola, com um toque árabe, tais quais as do norte da Africa, e sul da Espanha e Portugal, justamente para amenizar o sol e consequentemente o calor.

Quem conhece as medinas do Marrocos sabe do que falo.

Essas ruas eram traçadas transversalmente ao trajeto do sol para que ao nascer, as casas da direita (por estarem a uns quatro ou cinco metros das esquerda) faziam sobra para as da esquerda, e a medida que o sol se movimentava, as da esquerda faziam sombra para as da direita.

Ao meio dia era o único momento que, o sol a pino, era projetado em ambas.

Dentro das casas cuiabanas, um jardim entre sala quartos e cozinha, suavizava a temperatura. Exemplo cristalino disso é o Palácio da Instrução na Praça da Republica e o Grupo escolar Senador Azeredo no bairro do porto, hoje, Casa do Artesao, exemplo de construção preparada para nosso clima, totalmente diferente da construção da Escola Nilo Póvoas, um mostrengo mas para um forno do que para uma escola onde abriga varias crianças.

Portanto, diferentemente do pensamento de alguns, essa sabedoria luso-espanhola e árabe, foi literalmente responsável pelas casas de nossos antepassados serem muito mais frescas que as dos nossos dias.

 

(*) EDUARDO PÓVOAS é odontólogo pós-graduado pela UFRJ.



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