Nós nascemos nesse Planeta Terra mergulhados em um fluído chamado tempo, e nosso organismo, nosso desenvolvimento e nossas relações passam por esse conceito de presente, passado e futuro, determinando um período em relação aos acontecimentos nele ocorrido. Estamos presos em uma série ininterrupta e eterna de instantes, uma medida de duração das coisas, um prazo e uma época que, por vezes, denominamos ciclos ou fases. Sim, eles são necessários e têm a sua importância na nossa existência e é a respeito desse tema, que conversaremos hoje.
Quando uma mulher já na fase adulta está apta para gerar uma Vida, ela passa por um período de preparação corporal, um ciclo vital que acontece a cada 28 dias aproximadamente para que ocorra a fecundação e o início de uma vida. A partir daí, passamos por um ciclo de aproximadamente nove meses para que possamos estar aptos a descobrir uma nova jornada, em um novo lugar ainda desconhecido que chamamos de lar. Nascemos com um corpo disciplinado que obedece a um ritmo cadenciado de ações, tais como respirar, comer, dormir e evacuar que acontece a cada período de horas e com base nisso iniciamos um movimento de aprendizado sobre o mundo novo que nos cerca, aprendemos a falar, andar, interagir com o outro, aprender nosso idioma, nossa cultura e tudo mais que nos é possível, sempre obedecendo a um ciclo de tarefas diárias, semanais e anuais. Passamos, assim, desde a nossa infância, adolescência e fase adulta, nesse circuito de início e fim em etapas que desenham a nossa existência.
Os ciclos estão presentes em todos os momentos, acontecem internamente em nosso corpo, e todos os dias, a cada segundo, nossas células se renovam, nascendo, crescendo e se reproduzindo até que dão lugar a uma nova célula que cumprirá seu ciclo. Esse movimento também rege nossos relacionamentos; há pessoas que passam em nossa vida apenas por um momento e outras que nos acompanham por um longo período da nossa existência.
A existência dessas fases é fundamental para a nossa saúde e crescimento, uma vez que alinha nossas necessidades com as oportunidades de aprendizados. Os ciclos tem essa função de facilitar nosso processo de evolução, nos proporcionando sempre outros momentos de instrução, outras lições, aumentando a nossa capacidade de superar limites. Alguns ciclos se iniciam independente de nossa vontade, podem trazer experimentos bons ou ruins e, através da experiência que vivenciamos em cada um, percebemos novas compreensões e entendimentos a respeito de algo ou de nós mesmos. Eles são a matéria fundamental nessa escola da vida, nos proporcionado memórias e descobertas, desenhando a nossa história. E a maneira que aprendemos estas lições é o que nos define, o que define a nossa memória e o nosso legado.
A vida é um fluxo de aprendizado que chega até nós através dos ciclos e, quando tomamos consciência disso, podemos aproveitar o máximo de conhecimento que cada fase pode nos proporcionar. Cada finalização e início de um ciclo gera a possibilidade de uma transformação, nos tira da nossa zona de conforto e nos impulsiona ao novo, nos convida a avanços necessários, nos possibilita uma reavaliação de crenças, de valores e de condutas, nos tornando pessoas melhores do que antes.
Escolhi esse tema hoje porque o fim do ano se aproxima e é considerando por muitos - e por mim -um fechamento de um ciclo, uma ocasião apropriada para uma reflexão: O que este período nos proporcionou de lições? Como usamos o nosso tempo nesse intervalo? Quais comportamentos, quais crenças precisam ser transformadas? O que levo de mais valioso para o próximo ciclo?
Através de reflexões assim, percebi que ter uma vida mais leve e mais feliz é uma questão de escolha, uma opção consciente e, para que eu alicerce essa escolha, é necessário que queira ver as coisas como elas são e aceitá-las da maneira que aconteceram. Ter gratidão pelo que vivi e pelas lições que esses momentos me ofertaram, me possibilitou deixar aquilo que não faz mais sentido e liberar os pesos que carregava e a olhar para o novo ciclo com esperança, me firmando em minhas virtudes e acreditando em mim mesma. Passei a caminhar com passos mais firmes pela estrada da vida e a manter e conduzir meus relacionamentos com mais harmonia. Sim, assim como vocês estou aprendendo a respeito da Vida e seus mistérios, aprendendo a ciência do bem-viver, aprendendo a encontrar a minha verdade e me conectar com a minha essência, aprender com a verdade do outro e enxergar a sua beleza. Aprender a vivenciar cada segundo desse ciclo como um presente, aproveitando as lições que chegam com o tempo e ampliando a capacidade de amar e servir a essa verdade que existe em tudo que há.
Nessa jornada, também estou finalizando um ciclo, que iniciou no inicio o mês de Dezembro do ano passado com um convite de um amigo para escrever artigos a respeito do autoconhecimento, oportunidade que pode me proporcionar um encontro com meus medos e minhas limitações e assim me possibilitou aumentar a habilidade em superação, disciplina e responsabilidade. Experiência que me concedeu um espaço para expressar a verdade que me toca o coração e sentir como essa verdade ecoou no coração do outro.
Dessa maneira, peço a licença aos senhores para fazer um agradecimento à algumas pessoas importantes nesse movimento: minha gratidão ao amigo Kleber Lima pelo convite, orientações e palavras de incentivo que recebi por todo esse período; ao meu amado companheiro Ricardo Volpato que, apesar de todos os afazeres e compromissos diários, participou com correções e contribuiu com conselhos sobre cada texto produzido; à minha família que por vezes abdicou de um tempo comigo para eu poder atender esse nobre compromisso de servir; aos amigos que manifestaram palavras de carinho e incentivo a cada texto enviado; e a todos os leitores que, de uma forma ou de outra, contribuíram para meu crescimento. Desejo a todos alegria e paz e que haja mais amor e esperança.
Não direi adeus, apenas até breve, tirarei apenas umas férias sem tempo determinado para a volta, afinal, um novo ciclo se inicia e com ele novos projetos, novos desafios e novos aprendizados.
Finalizo hoje aqui com um verso da Cora Coralina que traduz o que sinto a respeito da Vida:
“Não sei se a Vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas”.
(*) DUMARA VOLPATO é advogada e Terapeuta em Constelação Familiar com Curso em Hellinger Sciencia pelo Instituto Hellinger do Brasil; Formação em Constelação Familiar pelo Instituto CreSer de Campo Grande – MS; Curso de Aprofundamento em Novas Constelações e Curso de Análise Transacional pelo Instituto de Constelações Familiares Brigitte Champetier; e Praticante Profissional de Cura Reconectiva e Reconexão, pelo The Reconection, Califórnia – EUA. E-mail: [email protected]
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