É possível produzir carne com rentabilidade e sustentabilidade nos três biomas de Mato Grosso? Esse é um questionamento recorrente na cadeia produtiva da carne bovina e que vai ser respondido, com aprofundamento de dados e informações, durante o 3º Encontro Técnico da Pecuária promovido pela Fundação MT, em Rondonópolis, no dia 19 de setembro. No contexto nacional, a pecuária bovina mato-grossense destaca-se como líder na produção de carne sustentável e de qualidade, com participação de cerca de 18% do volume nacional. Somente no acumulado de janeiro a agosto de 2024, cerca de 4,97 milhões de bovinos foram abatidos no estado, uma quantidade recorde para a série histórica registrada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Ainda de acordo com analistas do Imea, mesmo com a China mantendo a liderança nas compras da proteína animal, as exportações se fortalecem pela maior demanda que chega de outros países. Mato Grosso passa a ampliar sua base de compradores internacionais e oferece novas opções para a demanda internacional pela proteína vermelha, consolidando cada vez mais o setor. Em reconhecimento a este desenvolvimento e ao sucesso da produção pecuária de Mato Grosso, a Fundação MT traz diversas discussões sobre a bovinocultura, para a atual edição do encontro técnico da pecuária, realizado em 2024. Com a fundamentação entre a tradição e a inovação, o evento tem como objetivo impulsionar a agropecuária no Centro-Oeste, seguindo critérios de credibilidade e imparcialidade nas pesquisas.
O pesquisador da Fundação MT, Dr. Thiago Trento, será responsável pela palestra “Transformando pastagens degradadas em oportunidades lucrativas e sustentáveis para a pecuária”. O conteúdo é um dos destaques do evento, com divulgação de resultados das pesquisas do Projeto Pasto Forte, realizado desde 2021 pela Fundação e pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com o patrocínio do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
Bruno De Conti, head de pesquisa e operações da Fundação e um dos responsáveis do projeto Pasto Forte, conta que a pesquisa foi realizada em fazendas localizadas nos municípios de Rondonópolis, Cáceres e Santiago do Norte para contemplar os três biomas de Mato Grosso: Cerrado, Pantanal e o Amazônico, respectivamente. Nas três áreas, foram determinados três níveis de degradação de pastagens, de acordo com a realidade da propriedade, e três níveis de investimento de acordo com a necessidade em termos de nível de fertilidade do solo.
“O projeto ‘Pasto Forte’ mostra que é possível produzir carne de maneira economicamente viável e ambientalmente sustentável, nos três biomas do estado: Cerrado, Pantanal e Amazônico. É um projeto que mostra que o investimento em fertilidade do solo e manejo das pastagens proporciona maior lotação animal, maior rentabilidade pela maior produção de arrobas, ao mesmo tempo que sequestra carbono no solo, demonstrando que a produção pecuária pode ser feita de forma sustentável”, explica Bruno de Conti.
O Imac e a Acrimat, ambos parceiros do projeto Pasto Forte desde as primeiras ações, demonstram a importância de apoiar eventos de pesquisas no setor, além de contribuir para a produção de uma carne mais sustentável para o mundo.
“O Imac está com a Fundação desde a realização do primeiro encontro técnico. Somos parceiros no evento para levar informações sobre intensificação, manejo e sustentabilidade, e assim mostrar aos produtores que é possível produzir bem, em grandes quantidades, mantendo a preservação que muitos já fazem. Estamos felizes com a parceria, pois a Fundação MT sempre teve muitos projetos na área da agricultura e, com este evento da pecuária que se consolida a cada ano, vem mostrando o quanto esta parceria é fundamental para toda a cadeia da carne”, explica o analista de gestão da informação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Valdecir Junior.
“A Acrimat tem, entre suas diversas atividades e desafios, o objetivo de promover parcerias com entidades renomadas de pesquisa e tecnologia direcionadas ao nosso negócio, em busca da solução de problemas e também na procura de soluções que tragam aumento de produtividade e consequentemente maior rentabilidade ao pecuarista. Uma das nossas principais parcerias é feita com a Fundação Mato Grosso, entidade séria de pesquisa que está trabalhando conosco na busca de soluções e resultados com relação à produtividade na pecuária e com relação à fixação de carbono, através de resultados científicos que nossa pecuária é verde, sustentável e pode contribuir cada vez mais e melhor com o meio ambiente”, comenta o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro Júnior.
Inscrições Abertas
Restam poucas vagas para participação do público no 3º Encontro Técnico da Pecuária, que será realizado em 19 de setembro, no município de Rondonópolis. A inscrição pode ser garantida pelo site da Fundação Mato Grosso, www.fundacaomt.com.br. Mais informações pelo contato (66) 9-9647-9027.
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