Em seis episódios, a série traz Porchat alinhavando os depoimentos dos convidados, que discorrem sobre o tema central da atração, o humor no Brasil. Entre os participantes estão nomes como Carlos Alberto de Nóbrega, Dani Calabresa, Marcelo Adnet, Carol Zoccoli, Tom Cavalcanti, Regina Casé, Paulo Vieira e Gregório Duvivier. "Vamos ter muita gente de muito lugar, com as mais distintas referências, dando opinião e falando sobre como constroem e criam suas piadas, o que é o humor e como ele funciona", afirma o humorista.
Em conversa com o Estadão, Fábio Porchat detalha um pouco mais o formato da série. Segundo ele, trata-se de um programa que busca fazer uma análise aprofundada do humor, mais especificamente o brasileiro. "Cada episódio tem um tema, desde os limites do humor, o humor e as redes sociais, o futuro do humor e como será daqui para frente", conta o apresentador, destacando ainda que entre os participantes haverá outros profissionais colaborando com o debate. "Além dos comediantes, que falam com propriedade, temos também pensadores, cientistas e filósofos, como Luiz Felipe Pondé, que explicam um pouco o que faz a gente rir, de onde vem o riso, porque o humor gera tanta polêmica", observa.
Condução
A série O Que Você Não Sabia Sobre o Humor Brasileiro começa com Fábio Porchat em cima de um palco conversando com a plateia e explicando dados de pesquisas e chamando os depoimentos. O apresentador deixa claro que essas entrevistas não foram feitas por ele e que cada um dos personagens surge dando seu depoimento diretamente para a câmera. Entre um convidado e outro, a produção mostra conteúdos do gênero. "A gente tem muito material de arquivo com cenas de programas como Os Trapalhões, Os Normais, Porta dos Fundos, A Praça É Nossa."
O humorista ressalta que, ao ver os primeiros episódios, foi se surpreendendo com a fala dos convidados. "É um documentário valioso, com um cast muito bom nos depoimentos e imagens de arquivo que fazem toda a diferença, pois mostram exemplos do que estamos falando", analisa Porchat. Para ele, a relevância da atração está ainda no fato de terem conseguido contar com um leque variado de representantes do humor e de suas vertentes. "Claro que a gente acaba se divertindo, pois surgem cenas de humor, mas realmente é estudo, é uma série documental", enfatiza ainda.
Trajetória
Porchat explica que, além de rever a trajetória do humor até hoje, a série também avalia, no episódio final, sobre como o gênero ficará daqui para frente. "Realmente, é a gente analisando de onde viemos e para onde vamos, e o que aconteceu no meio desse caminho." Mais do que uma forma de diversão, o humor reflete a sociedade e capta detalhes para transformar em comicidade. "A gente mostra como o humor atua hoje na sociedade brasileira e como atuou. Mas também analisamos como isso está mudando. A gente sempre riu muito um da cara do outro. Quem está no topo da pirâmide é que ri de quem está embaixo, e acho que começou a haver uma inversão, e isso mexe com a sensibilidade de quem nunca foi alvo de piada. De repente, estamos rindo desse homem hétero, e ele não gosta, fica nervoso com facilidade, homem branco, então, escreve carta para jornal", diverte-se Porchat.
(Com Agência Estado)
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