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Política Segunda-feira, 16 de Julho de 2012, 13:49 - A | A

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Segunda-feira, 16 de Julho de 2012, 13h:49 - A | A

ENTREVISTA

Procurador Mauro acredita que irá para 2º turno e prioriza combate à corrupção no plano de governo

O socialista disputa a quarta eleição e se animou com a última disputa em 2010 quando obteve quase 98 mil votos e superou Carlos Abicalil em Cuiabá

ALLINE MARQUES

Após receber 98 mil votos, sendo 50 mil só em Cuiabá, na eleição para o Senado em 2010, o procurador Mauro (PSOL) está confiante na disputa pela Prefeitura de Cuiabá e até acredita que possa levar o pleito para o segundo turno. Ele já definiu as prioridades de seu governo e que estarão voltadas para o fortalecimento da saúde pública e o combate à corrupção.

Para o procurador, que disputa sua quarta eleição, o combate à corrupção começa desde a campanha ao não aceitar financiamentos de empreiteiras ou grandes corporações que irão pedir favores depois. Por isso, o socialista aceitará doações apenas de pessoas físicas.

 

Hugo Dias/HiperNotícias

“A corrupção hoje está vinculada ao financiamento da campanha. Existem candidaturas que são financiadas por empreiteiras, multinacionais, políticos e fornecedores do poder público que acabam entrando vinculadas na campanha para conseguir facilidades. Estamos preocupados em fazer a nossa campanha com financiamento de militantes, filiados, simpatizantes, amigos e aliados. Não teremos financiamentos de empreiteiras, justamente para termos a liberdade no combate à corrupção”, declarou em entrevista ao HiperNotícias.

O procurador aponta também o loteamento de cargos como outro ponto importante para evitar a corrupção. Para ele, durante a campanha as coligações influenciam para que haja as acomodações políticas, além de acordos com a Câmara Municipal.

“Na campanha, as coligações envolvem muito o loteamento de cargos. Além disso, vários prefeitos fazem o loteamento de cargos buscando sustentação na Câmara. Na nossa administração buscaremos um papel republicano com a Câmara e não faremos loteamento de cargos”, defendeu o socialista.

O PSOL caminha sozinho na eleição e, segundo o candidato, é para evitar o loteamento de cargo. “Esperamos que tenhamos candidatos do PSOL na Câmara, mas ao mesmo tempo não fizemos coligação, porque entendemos que não é assim que funciona com esse loteamento de cargos”.

O procurador Mauro também planeja investir no controle interno e programa a criação da Controladoria Interna, além de alocar mais recursos para a Auditoria Geral do Município para evitar a “sangria dos cofres públicos”.

“Acredito que com auditores concursados, efetivos, que não estejam ao sabor dos dirigentes de plantão Cuiabá terá um controle interno mais efetivo”, declarou.

O procurador Mauro já disputou a eleição para o Governo do Estado em 2006 como o candidato mais jovem, depois em 2008 também disputou para prefeitura e em 2010 encarou a briga por uma cadeira no Senado.

Ao longo destas eleições, o socialista teve uma ascendência de votos e em 2010 alcançou quase 98 mil votos em todo o estado, sendo 50 mil só em Cuiabá, onde desbancou o deputado federal Carlos Abicalil (PT). Pelo cálculo de Mauro, este número equivale a 17 de cada 100 eleitor da capital.

Para ele, este crescimento é fruto da sua coerência política e ideológica que mantém desde 2005 quando se filiou ao PSOL, que possui pouco mais de 300 filiados em Cuiabá. O procurador Mauro este ligado somente à sigla socialista, que tem como líder maior a ex-senador Heloisa Helena, que hoje é vereadora em Maceió (AL).

Questionado sobre as campanhas milionárias que irá enfrentar, o procurador relembra a “conquista” de 2010, na qual deixou o petista Abicalil para trás em Cuiabá, além de outros dois candidatos ao senado: Jorge Yanai (DEM) e Naildo Silva Lopes (PV).

“Esta eleição nos mostrou que é possível vencer as campanhas milionárias”, resumiu.

 

Hugo Dias/HiperNotícias

 

SAÚDE

Dentre as prioridades do governo do PSOL, a saúde pública está em destaque. Para amenizar a falta de leitos, o procurador defende a construção de um novo hospital com 500 leitos, sendo 100 Unidades de Terapia Intensiva (UTI), orçado em R$ 250 milhões. Além disso, ele acredita na criação de um plano de carreira para os servidores da saúde decente para que dediquem exclusivamente à rede pública, evitando conflitos de interesse.

O dinheiro para a construção do hospital, o socialista acredita que ser possível, mas é necessário haver uma inversão de prioridades. “Estamos em uma capital onde está previsto R$ 1,5 bilhão para o VLT e R$ 600 milhões para o estádio. Falar que a capital não tem R$ 250 milhões para um hospital novo não dá. É uma questão de prioridade. Se houver uma inversão de prioridades e com o comprometimento do governo do Estado é possível a construção de um novo hospital”.

Sobre a dedicação exclusiva de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde pública, o procurador Mauro defende a valorização e salários justos. Para ele, seria possível conseguir médicos exclusivos para a rede pública com salário inicial de R$ 15 mil.

Ele leva em consideração a política adotada por alguns municípios que chegam a oferecer até R$ 20 mil para atrair médicos e conseguem. “Precisamos aumentar este salário para que os médicos estejam vinculados apenas com a rede pública. Tem município do interior que paga valor altos para atrair médicos e acabam atraindo profissionais. Aqui em Cuiabá com um valor menor você já consegue para trabalhar com exclusividade. É mais fácil para a capital atrair médicos do Brasil inteiro para trabalhar, caso os que estão aqui não aceitem”, explicou.

Para ele, devido ao baixo salário e as péssimas condições de trabalho, os médicos acabam priorizando o atendimento na rede privada e existe uma complacência do poder público nesta situação. Além disso, muitos profissionais acabam acumulando trabalhos para aumentar a renda, chegando a uma carga horária sobre-humana.

“Existe conflito de interesse entre médicos que trabalham na área pública e na área privada. A corda sempre arrebenta no lado do serviço público, porque entendemos que se o serviço público funcionar com qualidade prejudica o interesse da saúde privada. Se tivéssemos médicos e enfermeiros com dedicação exclusiva para o poder público municipal, você acaba com este conflito de interesse”, justificou.

 

Hugo Dias/HiperNotícias

 

CULTURA

Além de procurador, o socialista também possui uma banda de lambadão e atua fortemente na política cultural do estado. Ele chegou a integrar o Conselho Estadual de Cultura e conheceu a sofrida realidade dos produtores da capital em busca de recursos para projetos.

“O principal problema do Conselho de Cultura é que existem poucos recursos alocados e acaba gerando gera uma disputa fraticida entre os produtores culturais devido à escassez. Percebemos poucos recursos para o conselho, enquanto se abrirmos o diário oficial vamos perceber que a Secretaria de Cultura firmou diversos convênios na ordem R$ 500 mil, R$ 600 mil e até mais de R$ 2 milhões. Enquanto para o conselho foram alocados R$ 5 milhões para atender a demanda de todo o estado durante todo o ano. O recurso é muito pouco”, esclareceu.

Para mudar esta realidade é necessário aumentar os recursos para a Cultura e uma das soluções apontadas pelo procurador Mauro é haver um enxugamento de outras áreas, dentre elas, a publicidade. Ele acredita também o município trabalha errado na questão cultural, ao tratar o assunto exclusivamente como cultural.

“O TCE apontou que em 2010 que a aplicação de recurso na Cultura foi de 0,48%, porém, os municípios poderiam reunir as atividades culturais e esportivas com as escolas. Realizar o financiamento de recursos para os artistas desenvolver ações dentro das escolas, para que se tenha um acréscimo de recursos e haja o consumo cultural dentro das escolas. Esta é uma maneira de poder investir mais e já ter o retorno para a população”, comentou.

TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO

“Somos totalmente contra a terceirização”. Na saúde, o procurador destaca o Hospital Metropolitano em que a gestão é feita por uma Organização Social. “O que houve de ganho para a população com a terceirização do Hospital Metropolitano. Milhões são colocados e a melhoria de atendimento para a população não acontece. Este não é o caminho. O caminho é o fortalecimento da saúde pública”, afirmou.

Outro exemplo dado pelo procurador é a concessão dos serviços da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) e ele já adianta que se for eleito irá anular o contrato com a CAB Ambiental.

Questionado sobre o fato de outro candidato, no caso Lúdio Cabral (PT), defender também a anulação do contrato, Mauro não dispensa a oportunidade de ironizar o petista. “É um contrato que no exercício da gestão vamos fazer o cancelamento e até com mais coerência do que o adversário, porque o PSOL nacional é contra privatização, agora o PT vem privatizando em âmbito nacional. Entendemos que o PSOL tem legitimidade para questionar este fato”.

De acordo com o procurador Mauro, o presidente da CAB Ambiental disse em entrevista à Carta Capital que “não está tirando um centavo do bolso e está mantendo o serviço com o dinheiro da tarifa”.

“Oras, se as tarifas estão sendo suficiente para esta empresa que está dizendo que vai resolver o problema da água na capital porque o poder público não poderia fazer isso. Nos leva a crer que a Sanecap estava submetida ao sucateamento para possibilitar a privatização. Tanto que as tarifas aumentaram e esta é a única diferença para a população, porque de qualidade do trabalho não houve melhora. Uma empresa foi construída com suor de trabalhadores e agora é entregue a uma empresa que não tira um centavo do bolso”.

EXEMPLOS NEGATIVOS

O procurador Mauro lembrou ainda que a coleta de lixo e o transporte coletivo são feitos por empresas privadas, por meio de concessão, e não deram certo. Questionado sobre áreas privatizadas que deram certo, como a telefonia, o socialista apresenta argumentos que contradiz o “deu certo”.

“Na verdade este “deu certo” da telefonia, se você lê o livro da Privataria Tucana vocês vão ver como foi feita a privatização: nos mesmos moldes da Sanecap, com o estrangulamento das estatais, rebaixamento de tarifas e depois aumento de tarifas quando foram privatizadas, além de grandes comissões nas transações da dilapidação do patrimônio público vendido a preço de banana. Deram certo, mas para quem?”, questionou.

Além disso, ele lembra que a telefonia lidera as reclamações nos órgão de direitos do consumidor, o que demonstra que não houve melhoria de eficiência. Para ele, a evolução deve-se à revolução tecnológica e não necessariamente à privatização.

“Na China existem estatais que cuidam destes serviços e estão até mais avançadas que no Brasil”, argumentou.

ELEIÇÃO 2012

Sobre os adversários desta eleição, o socialista preferiu não se manifestar, mas adiantou que é o único que representa a mudança. “Temos esperança de que Cuiabá seja uma cidade melhor, mais atrativa, mais segura, com mais condições de habitar. Nossa candidatura representa esta possibilidade, é candidatura de esquerda comprometida com o povo. Os nossos adversários ou são representantes da atual administração estadual ou municipal, ocuparam cargos e estão envolvidos. Eles não possuem condições de melhorar a vida das pessoas. A única candidatura que traz essa diferença e coerência ideológica e política é a nossa”, afirmou.

COPA DO MUNDO

“O problema não é o fato de Cuiabá brigar para ser sede, é a maneira como as ações são conduzidas, como o caso da Land Rovers. O problema é a corrupção. Como a maior parte das obras são realizadas pelo governo do Estado, o que faríamos é acompanhar de perto, nesta fiscalização, para que o dinheiro público não saia pelo ralo e as obras aconteçam pelo benefício da população”.

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Hugo Dias/HiperNotícias

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