Em um aparente tom conciliatório, Pezeshkian fez um apelo para que os países envolvidos no impasse nuclear abandonem políticas de confronto e trabalhem para restaurar a confiança. Ele destacou que o Irã deseja estabilidade e segurança para todos, mas afirmou que "a segurança e os interesses de nenhum país podem ser alcançados à custa da segurança dos outros".
"Estamos prontos para nos engajar com os participantes do JCPOA se os compromissos forem implementados integralmente e de boa-fé", afirmou o presidente iraniano, que assumiu o cargo em julho, após a morte de Ebrahim Raisi em maio.
Pezeshkian criticou fortemente a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, sob a administração do ex-presidente Donald Trump. Na época, o republicano abandonou o pacto nuclear de Teerã de 2015 com seis potências mundiais e restabeleceu duras sanções ao Irã, o que Pezeshkian classificou como uma "estratégia de coerção". O iraniano ainda ressaltou que as sanções subsequentes atingiram a economia iraniana e a população civil, agravando a crise no país.
Ao criticar a presença militar dos EUA na vizinhança do Irã, as sanções impostas ao país e a morte do general iraniano Qassem Soleimani em 2020, Pezeshkian afirmou durante seu discurso que é possível "ir além desses limites e começar uma nova era".
"A nova era começa com o reconhecimento das preocupações de segurança do Irã, assim como com o trabalho conjunto em questões comuns", disse Pezeshkian, afirmando que sua mensagem é direcionada a todos os governos que seguem estratégias não construtivas em relação ao Irã.
Críticas a Israel
Pezeshkian, cujo país é o principal aliado do grupo terrorista Hamas e do Hezbollah, também fez um apelo para que a comunidade internacional interrompa a violência em Gaza e no Líbano e instou um cessar-fogo permanente o mais rápido possível para "parar com a brutalidade insana de Israel no Líbano antes que coloque a região e o mundo em chamas".
Ao mencionar os conflitos no Oriente Médio, o líder iraniano acusou Israel de crimes contra a humanidade. Segundo o presidente, o mundo "tem testemunhado a verdadeira natureza do regime israelense" e descreveu as ações de Israel como "genocídio, assassinato de crianças e terrorismo de Estado"
Afirmando que a única solução para o conflito no Oriente Médio é "restaurar o direito de todos os palestinos à autodeterminação", o iraniano sugeriu a realização de um referendo em que "todos os palestinos, tanto os que vivem em sua terra natal quanto os que estão na diáspora" pudessem decidir seu futuro.
Pezeshkian ainda reiterou que seu país é contra a guerra entre Rússia e Ucrânia e apoia qualquer solução pacífica para acabar com o conflito, acrescentando que o Irã "acredita que esta crise só terminará por meio do diálogo".
(Com Agência Estado)
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