No quadro geral, Kamala ampliou a vantagem numérica sobre Trump para 45% a 41%, embora o cenário continue sendo de empate técnico, no limite de margem de erro, que é de dois pontos percentuais. Na pesquisa Reuters/Ipsos do mês passado, a diferença da democrata para o republicano era de um ponto percentual.
O seu desempenho foi ainda melhor considerando as mulheres e os latinos. Nessa parcela do eleitorado, ela lidera por 49% a 36% - são 13 pontos percentuais de vantagem, acima dos nove pontos que tinha entre as mulheres e dos seis pontos que tinha entre os latinos nas últimas pesquisas. Trump, por outro lado, está na frente entre homens e brancos.
Os números refletem a "lua de mel" de Kamala Harris, que aproveita o bom momento da campanha: 73% dos democratas disseram que estão mais animados para votar depois que ela substituiu Joe Biden. Outro sinal desse entusiasmo, é que a maioria (52%) afirma que escolheu Kamala por apoiá-la como candidata, e não apenas para evitar que Trump volte à Casa Branca. Quando Biden ainda estava na cédulas, era o contrário.
Ao assumir a campanha, ela conseguiu energizar a base democrata e acabar com a vantagem que o republicano tinha nas pesquisas, mas precisará manter esse impulso até novembro e vencer nos Estados que realmente decidem a eleição americana se quiser ser a primeira mulher a chefiar a Casa Branca.
Nos sete Estados onde a última eleição foi mais acirrada (Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin) a pesquisa Reuters/Ipsos deu vantagem para Donald Trump, com 45% das intenções de voto, sobre 43% de Kamala Harris.
Outra boa notícia que a sondagem indica para o republicano é que 45% dos entrevistados disseram confiar mais nele para conduzir a economia americana. Esse é um dos pontos centrais da sua campanha, que culpa o governo Biden-Kamala pela inflação, afirmando que "as coisas eram mais acessíveis com Trump". Em comparação, 36% acreditam que a política econômica democrata é melhor.
Quando o assunto é aborto, por outro lado, o placar é favorável a Kamala (47% a 31%). Esse virou um problema para Trump, que formou a maioria conservadora na Suprema Corte para reverter Roe versus Wade, entendimento que vigorou no país por cinco décadas.
Com a expectativa de mobilizar a sua base, a campanha democrata busca atribuir ao adversário as leis restritivas e, em alguns casos draconianas, aprovadas em Estados mais conservadores desde então. No caso do Texas, explorado ao longo da Convenção Democrata, o médico que realiza um aborto pode pegar até 99 anos de prisão, além de perder a licença para exercer a profissão.
Na pesquisa, 41% dos entrevistados disseram estar preocupados que o próximo presidente possa banir o aborto nacionalmente. Kamala Harris acusa o adversário de ter a intenção de fazê-lo, embora Trump afirme que pretende manter a decisão sob responsabilidade dos Estados. Entre os eleitores democratas, esse número é ainda maior: 70% expressaram preocupação com a proibição em nível nacional. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
(Com Agência Estado)
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