Gallant é considerado cada vez mais como o principal rival de Netanyahu dentro do Likud e tem sido uma das vozes de moderação no governo em questões de segurança em relação aos conflitos no Oriente Médio.
A demissão ocorre após Gallant e o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, discordarem de Netanyahu sobre a condução da guerra. "Esse negócio de destruir o Hamas é simplesmente jogar areia nos olhos do público", disse Hagari, em entrevista ao Canal 13, na quarta-feira. "O Hamas é uma ideia. Está enraizado no coração das pessoas. Qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado."
Ocupação
Assim como Hagari, Gallant cobrou publicamente que Netanyahu apresente um plano para o pós-guerra. Em declaração recente, ele deu voz aos temores de que, sem uma estratégia política, o Hamas possa se reorganizar, o que levaria Israel a uma ocupação prolongada de Gaza.
"Peço ao primeiro-ministro que decida e declare que Israel não estabelecerá controle civil sobre a Faixa de Gaza, que Israel não estabelecerá nenhum governo militar e uma alternativa ao governo do Hamas será criada imediatamente", disse Gallant.
Netanyahu, que anunciou a decisão em uma declaração gravada em vídeo, emitida por seu gabinete, disse que surgiram "lacunas significativas na condução da batalha" entre ele e Gallant. Para substituí-lo, o primeiro-ministro nomeou Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores, como novo chefe da Defesa. O chanceler passa sua cadeira para Gideon Sa'ar, que o substituirá como ministro das Relações Exteriores. "No auge de uma guerra, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e seu ministro da Defesa", disse Netanyahu no vídeo. "Nos últimos meses, essa confiança foi prejudicada."
Minutos depois que Netanyahu divulgou sua declaração, Gallant publicou nas redes sociais que a segurança de Israel "foi e sempre será a missão da minha vida". Ele não falou diretamente sobre sua saída do governo.
Gota d'água
Gallant era ministro desde 2022. Durante esse período, ele frequentemente se desentendeu com o primeiro-ministro, entrando em conflito com Netanyahu também em relação à reforma do Judiciário israelense, uma tentativa do governo de reverter decisões da Suprema Corte.
O agora ex-ministro da Defesa de Israel também questionava a falta de acordo para libertação dos reféns e um cessar-fogo em Gaza. A gota d'água na relação entre os dois parece ter sido o esforço de Gallant, nesta semana, para impor o alistamento militar obrigatório para a comunidade ultraortodoxa. Os partidos religiosos, que apoiam o governo no Parlamento, são radicalmente contra e ameaçam derrubar Netanyahu caso a medida seja implementada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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