O primeiro obstáculo de Patel é o atual diretor do FBI, Christopher Wray, que o próprio Trump colocou no cargo em 2017. Ele tem um mandato de dez anos e precisaria ser demitido pelo presidente eleito ou renunciar ao cargo. Ontem, porém, ficou claro que a confirmação pelo Senado não será fácil.
Maioria
Mike Rounds, senador republicano de Dakota do Sul, elogiou Wray em uma entrevista ao programa This Week, da ABC. "Ele tem mais três anos de mandato. É um homem muito bom e não há objeção com relação ao seu trabalho", disse.
"Wray é um republicano nomeado por um republicano", afirmou o deputado democrata Jamie Raskin, no programa State of the Union, da CNN. "Mas, aparentemente, ele demonstrou independência e objetividade demais para Donald Trump, que quer uma pessoal leal no cargo. E é por isso que ele escolheu Patel."
Os republicanos terão maioria no Senado a partir de janeiro, com 53 dos 100 senadores. Alguns, no entanto, são moderados, como Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, e não são alinhados automaticamente com o trumpismo. Outros, como Mitch McConnell, de Kentucky, e Mitt Romney, de Utah, anunciaram que não disputarão a reeleição, e podem oferecer certa resistência ao trumpismo.
Segundo o portal Axios, Trump havia planejado nomear Patel como vice-diretor do FBI, mas mudou de ideia depois que sua escolha principal, o procurador-geral de Missouri, Andrew Bailey, não o impressionou durante uma conversa.
Patel é um escudeiro do trumpismo que se tornou conhecido por defender o desmantelamento do FBI, dominado pelo que ele chama de "Estado profundo" e "classe dominante corrupta". Em entrevista a Shawn Ryan, em setembro, ele prometeu fechar a sede do FBI em Washington e reabri-la no dia seguinte como um "museu do Estado profundo".
Em uma entrevista de 2023 no podcast War Room, de Steve Bannon, Patel ameaçou perseguir jornalistas se fosse nomeado por Trump. "Vamos caçar vocês (jornalistas) nas esferas criminal ou civil. Mais tarde a gente decide", disse.
Patel também ameaçou usar o FBI para perseguir os responsáveis por "corromper o governo federal" - ele chegou a publicar uma lista de alvos em seu livro de memórias, entre eles Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional de Joe Biden, que Patel chamou de "um ator corrupto de primeira ordem".
Radicalismo
Apesar das críticas, Trump não parece disposto a moderar suas escolhas no próximo governo. No fim de semana, ele nomeou Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner e um criminoso condenado - que Trump perdoou em 2020 -, como embaixador na França.
Ontem, o presidente eleito anunciou o sogro de sua filha Tiffany, Massad Boulos, para ser conselheiro para assuntos árabes. Boulos é um bilionário libanês que foi porta-voz da campanha para as comunidades árabes e muçulmanas dos EUA.
Xerife para comandar agência antidrogas
Donald Trump escolheu o xerife Chad Chronister para chefiar a DEA, agência antidrogas dos EUA. Ele terá a missão de cumprir a promessa de impedir o tráfico de fentanil. O sogro de Chronister, Edward DeBartolo, foi perdoado por Trump há três anos, após ser condenado por fraude em jogos de azar. DeBartolo foi dono do time de futebol americano San Francisco 49ers.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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