Andreson de Oliveira Gonçalves, lobista suspeito de negociar decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ), é investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. A PF aponta um aumento patrimonial de 3.052% entre 2014 e 2015, de R$ 305 mil para R$ 9,3 milhões, sem justificativas claras. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Andreson foi preso preventivamente no final de novembro de 2024 durante a Operação Sisamnes, que incluiu mandados de busca e apreensão em gabinetes de assessores de ministros do STJ. A investigação ganhou impulso após o assassinato de do advogado Roberto Zampieri, em 2023, em Cuiabá. O celular da vítima foi apreendido e revelou mensagens trocadas entre Zampieri e Andreson, sugerindo a comercialização de decisões judiciais em tribunais de Mato Grosso e no STJ.
As suspeitas sobre a evolução patrimonial de Andreson surgiram durante uma investigação que o envolvia em um caso de tráfico de drogas. Em 2011, ele viajou à Bolívia e entrou em contato com o advogado de um traficante preso com quase 300 kg de cocaína. Embora o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) tenha inicialmente denunciado Andreson por associação para o tráfico e tráfico internacional, ele foi absolvido, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou a decisão em 2018.
Em 2019, informações sobre suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas a Andreson foram enviadas à vara especializada em Mato Grosso. O Ministério Público identificou inconsistências nos dados financeiros de Gonçalves, incluindo omissões e falta de explicações sobre fontes pagadoras que justificassem seu patrimônio. A Receita Federal também notou falhas nas declarações de fontes de renda, alimentando as suspeitas de práticas criminosas relacionadas ao aumento patrimonial do investigado.
A defesa de Andreson tenta transferir o inquérito da vara especializada em lavagem de dinheiro de Mato Grosso para a Vara Federal de Cáceres (220 km de Cuiabá), alegando que as investigações começaram na cidade, relacionadas a um processo no qual foi absolvido de acusações de tráfico de drogas. O relator do recurso no STJ é o ministro Messod Azulay, que ainda não se manifestou, e o Ministério Público Federal (MPF) se posiciona contra a mudança.
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