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Justiça Sábado, 07 de Dezembro de 2024, 17:39 - A | A

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Sábado, 07 de Dezembro de 2024, 17h:39 - A | A

UM ANO DO CRIME

Assassinato de advogado afastou desembargadores e revelou esquema de vendas de sentenças

Celular-bomba, barras de ouro, relógios de luxo e suposta propina de R$ 250 mil. Crime revelou negociação de sentenças em outros estados e até no STJ

ANDRÉ ALVES
Redação

O advogado Roberto Zampieri havia acabado de sair de seu escritório por volta das 20h quando foi executado com mais de dez tiros no interior de seu carro no dia 5 de dezembro de 2023. A prisão do assassino, Antônio Gomes da Silva, que confessou o crime, levou 15 dias, mas as investigações sobre os possíveis mandantes e o motivo ainda permanecem em andamento.

Com o andamento das investigações, também foram presos Hedilerson Fialho Martins Barbosa, acusado de intermediar o assassinato, e o coronel do Exército Brasileiro Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, acusado de ser o financiador. O trio permanece em prisão preventiva e será julgado pelo Tribunal do Júri, ainda sem data definida.

Ainda no final de dezembro de 2023, a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo chegou a ser presa como suspeita de ser a mandante do crime devido a disputas de terras na região do Araguaia. Logo sua prisão foi revogada, e o novo suposto mandante passou a ser o empresário Aníbal Laurindo, também motivado por disputas de terras.

AFASTAMENTO DE DESEMBARGADORES

Desde então, as investigações apontaram, ao analisar mensagens encontradas no celular do advogado, uma íntima amizade entre Zampieri e os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Por este motivo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento dos dois desembargadores em agosto de 2024. Em outra operação, em novembro, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instalação de tornozeleiras eletrônicas em Sebastião e João Ferreira.

Somente entre julho e dezembro de 2023, Zampieri e Sebastião trocaram 768 mensagens com conversas sobre trivialidades e o cotidiano, demonstrando intimidade, mas também assuntos mais graves. Em uma troca de mensagens sobre a exceção de suspeição, o desembargador desabafa que “querem nos comprometer”, “dizem que vão me F” e “[sic] dizem que tem gravação de imagens de vc lá em casa”.

VENDA DE SENTENÇAS E CELULAR BOMBA

Mais do que intimidade e conversas suspeitas, as mensagens extraídas pela Polícia Federal revelaram negociações que sugerem subornos a desembargadores de Mato Grosso e de outros estados, além de servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Com relação ao desembargador João Ferreira Filho, conversas mencionam, em dois momentos, a entrega de dois relógios de luxo da marca Patek Philippe como contrapartida pela influência em decisões judiciais. Em outro momento, foi revelado que João Ferreira cobrou uma suposta dívida de R$ 250 mil por outra sentença em favor do advogado.

Ainda de acordo com as informações obtidas, diálogos entre Zampieri e Sebastião indicam a negociação de carros de luxo e barras de ouro como parte de uma compensação por esses favores com Valdoir Slapak, um dos sócios da empresa Fource Mineração. Em um desses diálogos, Zampieri negocia a venda de carros, incluindo um pagamento de R$ 200 mil destinado ao filho do desembargador, em troca de um favor no caso.

PRISÃO DE LOBISTA

Com as análises das milhares de conversas de Zampieri com diversos suspeitos, a Polícia Federal prendeu, em 26 de novembro, o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por negociar vendas de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Andreson era um dos contatos frequentes de Zampieri.

Durante a deflagração da Operação Sisamnes, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em gabinetes de assessores de ministros do STJ, entre eles Isabel Gallotti e Og Fernandes. Os ministros não foram alvos.

As casas e gabinetes dos desembargadores afastados João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho também estão entre os alvos, assim como a casa e o escritório do advogado Roberto Zampieri.

A ação também aprofunda suspeitas levantadas no fim de outubro, quando Andreson foi alvo de busca e apreensão em outro caso envolvendo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que levou ao afastamento de cinco desembargadores.

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