Simplicidade e requinte marcam crescimento desafiador da Dom Manuel

Indispensáveis e considerados mais que acessórios, as roupas e sapatos deixaram de ser vistos como simples necessidade e passaram a fazer parte do sonho de consumo de vários. Grandes marcas e exigência de qualidade são almejadas e partindo desse pensamento em comum, o senhor Manoel de Barros apresenta aos consumidores as lojas Dom Manuel. Sem início glamouroso e marcante, como tradicionalmente são caracterizadas as inaugurações de lojas de roupas, o começo da Dom Manuel foi bem mais rico, não financeiramente, mas rico em desafio, suor, trabalho, dedicação e por fim, o sucesso!

A história começa em 1981 em meio a inconformação de Manoel. Funcionário de uma pequena empresa de móveis e equipamentos para escritórios, ele, ao perceber que já havia alcançado o melhor que podia daquele emprego, resolve deixar tudo de lado e partir para uma nova empreitada. Com o apoio de seu amigo Aylon Neves, ele segue para Goiânia onde começa a comprar roupas para revendê-las aqui em Mato Grosso aos amigos. Manuel passa, então, a ser sacoleiro da época.

Fotos: Mayke Toscano/Hipernotícias

Querendo ampliar as vendas, Manoel e Aylon seguem para a cidade de Alta Floresta em 1982. “Na época era a corrida do garimpo e lá rolava muito dinheiro e as pessoas de lá eram muito carentes de roupas; nós levávamos roupa boa para eles. De lá nos íamos para Paranaíba (MS) e depois para as proximidades do rio Teles Pires, onde pegávamos a balsa no rio e íamos vender roupas aos garimpeiros; acabávamos dormindo lá nas barracas”, conta.

A partir de toda essa dificuldade, resolveram facilitar as coisas e melhorar. Foi quando abriram uma pequena loja na Rua Pedro Celestino chamada Aylon's Jeans em 1982. Depois foi só crescimento. Avanço este que durou até 1992, momento em que Manuel deixa a sociedade com o amigo e inaugura a primeira loja Dom Manuel voltada para moda masculina. Manoel explica que a separação de seu amigo ocorreu porque Aylon resolveu seguir outras atividades e porque a loja, na época, não andava muito bem. “A loja teve um auge e uma decadência, como tudo nessa vida, e eu vi nessa decadência a oportunidade de comprar a parte que cabia a Aylon”, garante.

Com essa mudança a Dom Manuel teve um impulso maior no mercado e começou a conquistar a clientela que cresceu significativamente.

CRESCIMENTO

Manoel conta que mesmo tendo pouca instrução, sempre houve determinação. Ele lembra que no início, quando a loja ainda era uma sociedade, a vontade de empreender dele sempre foi a maior impulsionadora do crescimento da loja. “O Aylon era extremamente organizado, andava com uma pasta para cima e baixo, mas não foi para frente. Já eu não sou organizado, nunca tive agenda na minha vida e não carrego nada no bolso. Isso é a prova que conseguimos sobreviver fazendo o que  gostamos e amamos”, afirma.

O proprietário da Dom Manuel conta que passou por tantas mudanças de poder de moeda que fez com que a empresa se tornasse mais forte. Ele conta que pela sua experiência pode perceber que no Brasil, estatisticamente falando, de cada dez empresas, sete delas fecham nos dois primeiros anos. Sendo considerado um índice alto de falência. Isso representa a força que a Dom Manuel teve e ainda tem para se manter no mercado que, quando se trata de moda, é incrivelmente vasto. “Eu permaneci no mercado por persistência. Se você coloca o dinheiro na frente, você está fadado à falência. O dinheiro é conseqüência de um bom trabalho que se faz. A partir daí, as pessoas começam a elogiar seu trabalho que é realizado pelo prazer em ver a pessoa bem vestida. Afinal, vestir é um prazer de viver”.

MUDANÇAS

Embora a loja seja conhecida por comercializar produtos voltados para moda masculina, a Dom Manuel também possui roupas femininas. O proprietário lembra que no início da empresa, a loja era somente especializada em roupa masculina, mas sempre vendeu roupas para as mulheres. No entanto, isso durou até 2005, período em que a mulher de Manoel adoeceu e veio a falecer. ”Na verdade, eu nunca parei de vez de vender roupas femininas, só demos uma parada pelo adoecimento de minha esposa. Logo ela faleceu e eu parei temporariamente, pois pouco entendo de roupa feminina. Mas agora que minhas filhas cresceram, voltamos a vender, mas são somente camisas”, conta.

HOJE

Sempre em busca de atender os diferentes desejos e necessidades do público masculino, a Dom Manuel faz questão de disponibilizar um amplo mix de produtos das melhores marcas e as tendências da moda, com o diferencial de possuir uma alfaiataria própria que oferece muita comodidade, com a entrega roupas e acessórios e realiza pequenos consertos e ajustes. Além disso, possuem um atendimento VIP, um espaço especial para o cliente experimentar o que a Dom Manuel tem de melhor em moda masculina.

Cerca de 20 mil peças estão no estoque prontas para serem comercializadas. Os vestuários se dividem em cerca de cinco marcas consagradas no mercado. Isso indica qualidade, bom gosto e grande potencial da Dom Manuel. Além disso, há 45 funcionários disponíveis em quatro lojas, sendo três localizadas nos shoppings e uma no centro da Capital.

Atualmente a empresa é uma das mais procuradas quando se pensa em roupa masculina. Para se ter ideia da qualidade das vestimentas comercializadas, atores como Carlos Casagrande e Victor Fazano já adquiriram peças da loja e demonstraram nacionalmente como a Dom Manuel possui qualidade, estrutura, grandes marcas e hoje é símbolo do sucesso!

Para Manoel de Barros, empreender é trabalho!

1. Dica para quem quer iniciar um empreendimento

Não dá para enrolar. Não dá para não trabalhar. Se você for abrir um negócio, que o abra 100% sério. Quem tiver outra linha de pensamento senão essa está fora do mercado. Esse é o principio básico. As pessoas não têm noção da dificuldade que é crescer dia após dia.

2. O Custo Brasil é realmente um obstáculo para o empreendedor?

Antes as pessoas cresciam com mais facilidade. Hoje a carga tributária é muito cara. Só quem entende, sabe. As pessoas não têm noção das dificuldades que se tem em pagar tantas taxas. É absurdo!

3. O que é mais importante: dinheiro ou criatividade?

Os dois. Porque dinheiro e criatividade andam colados. É quase um casamento. Uma coisa puxa outra. Agora, evidentemente que a criatividade é essencial porque com criatividade se ganha dinheiro.

4. O que é mais difícil: fidelizar um cliente ou conquistar um novo?

Na verdade, os dois são difíceis. Porque para você conseguir trazer um cliente novo para dentro da sua loja, você precisa ter o poder de convencimento de que seu produto é bom e é competitivo. Para fidelizar você tem que provar isso ao cliente. Ele quer um monte de coisa, desde a embalagem e o pacote. A pessoa tem que ter prazer em comprar e nós, empresários, temos de oferecer esse prazer.

5. Qual o diferencial?

Meu diferencial atualmente é o atendimento, porque hoje não é mais somente vender roupa é uma prestação de serviço. É preciso criar uma história com o cliente. Fazer um pós-venda com ele. Então, não é só vender roupa, é fazer o cliente ficar satisfeito com o produto e confiante. Para mim o que importa é o cliente e não a roupa. Nós não criamos problemas, nós resolvemos, sem lero-lero. Porque vender é um prazer de vida!

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