Os convites integram a ofensiva do Congresso contra o veto do Carrefour na França às carnes do Mercosul, incluindo a brasileira. O movimento é uma reação à declaração do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que há uma semana comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos "preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer", sugerindo ainda que os produtos não atendiam as qualificações do mercado francês. O governo brasileiro repudiou as falas, com várias declarações contrárias do Ministério da Agricultura e do Itamaraty, e pediu uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu ontem com o envio de uma carta do executivo francês ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Alguns parlamentares, sobretudo da bancada do agronegócio, classificaram a carta de Bompard como fraca e ainda cobram explicações do grupo francês.
A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS) defendeu que é preciso ouvir o posicionamento da França sobre as declarações que colocam em xeque a qualidade da carne brasileira e o seu atendimento a padrões internacionais para que ele esclareça o posicionamento da República da França. "Isso é inverdade, porque o Brasil exporta para mais de 160 países no mundo e é signatário de diversos protocolos sanitários. Se a França não quer entrar no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), o Brasil não tem nada com isso. É um problema dos franceses, agora não admitiremos colocar uma imagem falsa sobre produtos brasileiros", afirmou Tereza Cristina.
Para a senadora, o pedido de desculpas de Bompard foi "pífio" e a crise escalou nos últimos dias com outros supermercadistas franceses aderindo às declarações do CEO da Tereos. "Não podemos admitir essa falta de respeito com o Brasil e com os produtos brasileiros. A medida foi contra o Mercosul, mas o foco é o Brasil, a ponto de ontem ter tido uma reunião no Parlamento francês na qual deputados falaram que os produtos brasileiros são lixo e que os franceses não podem colocar lixo no seu prato. Isso precisa de uma retratação", afirmou a senadora na audiência.
(Com Agência Estado)
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