"Isso é muito importante para nós, no BC, para sermos capazes de diminuir os juros de forma sustentável. Porque, no fim, nossa missão é atingir a meta de inflação, e é muito difícil fazer isso quando existe uma percepção de que o fiscal está desancorado", afirmou ele, em evento em São Paulo.
O presidente do BC repetiu que, no mercado, parece haver alguma desconfiança sobre a capacidade de o novo arcabouço fiscal entregar as metas propostas. Campos Neto citou a sinalização, dada pelo Ministério da Fazenda, de medidas de corte de gastos após as eleições, o que, segundo ele, seria positivo para o BC. Ele também voltou a dizer que, sempre que foi possível conviver com juros menores de forma sustentável no País, isso ocorreu por causa de um choque fiscal positivo.
Autonomia
Com mandato só até dezembro, Campos Neto defendeu também que a autonomia financeira do BC. "Você precisa ter autonomia operacional, você precisa ter autonomia administrativa e você precisa ter autonomia financeira", disse ele, citando notas do avô, Roberto Campos. "E ele tinha uma nota abaixo disso, dizendo que o risco de não ter uma é acabar com nenhuma."
O projeto de autonomia financeira do BC tramita hoje no Congresso, mas há a oposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diante do impasse, o relator do texto, senador Plínio Valério (PSDB-AM), já disse que a votação só deve acontecer no próximo ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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