"Esse ano não foi diferente. Existem diversos estudos que tentam explicar porque tem acontecido isso. Uma tendência é que o PIB potencial do Brasil teria sido elevado por reformas recentes, mas a mensuração do ganho de produtividade costuma ser mais difícil de apontar de forma evidente, é mais evidente no agro", disse Galípolo durante sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira.
Segundo Galípolo, "o próprio FMI fez uma revisão agora elevando o que se entende ser o PIB potencial". O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Banco Central afirmou que "existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica, não apenas olhando o volume de estímulo fiscal, mas a composição fiscal qualitativa da política fiscal".
Ele argumentou que "sempre que isso acontece, a propensão a consumir tende a se elevar". "Quando redistribui renda, tem um efeito para consumo e isso se adequa ao que a gente vem assistindo", completou.
Galípolo chamou de uma "modernização e adequação às melhores práticas" a mudança sobre as metas de inflação e lembrou que o Banco Central já trabalha com essa alteração de meta contínua. Ele ressaltou que a "inflação de 2024 é bastante relevante", e reiterou que o um horizonte relevante do BC é mais à frente. Na última reunião do Copom, o horizonte na mira do BC foi o 1º trimestre de 2026.
"O horizonte relevante que estamos olhando é mais para frente. Tem uma desancoragem que não foi alterada na última pesquisa Focus e que nos incomoda. Em conjunção com essas diversas variáveis - expectativas desancoradas, mercado de trabalho mais apertado, condições que parecem adversas de um câmbio que parece permanecer mais desvalorizado do que há um tempo atrás e uma economia crescendo acima das projeções originais - recomendaram maior prudência sobre a política monetária", declarou.
Galípolo foi questionado pela senadora Rosana Martinelli (PL-MT) se o Brasil está em dominância fiscal. Também foi questionado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) sobre se as críticas de Lula ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, foram justas.
(Com Agência Estado)
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