“A informação que nós temos é de que a concorrência será retomada, mas a nossa participação neste novo processo vai depender das exigências que serão feitas”, disse a pouco o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Paulo Penido Pinto Marques, durante teleconferência da Embraer sobre os resultados do quarto trimestre de 2011.
A percepção da Embraer, segundo ele, é de que o Super Tucano atende perfeitamente aos requisitos técnicos e de qualidade exigidos pela Força Aérea americana. “Estamos confiantes de que temos o melhor produto, mas vamos aguardar as decisões do cliente para analisar quais serão os próximos passos da empresa nesse processo”, afirmou.
O contrato que previa a compra inicial de 20 Super Tucano estava avaliado em US$ 355 milhões. Mais do que o valor financeiro, a venda de aviões militares para o governo dos EUA tinha um significado especial para a Embraer, pois representaria o acesso ao principal mercado de defesa do mundo e seria uma vitrine importante para as vendas externas do Super Tucano.
O cancelamento da concorrência foi motivado também pelo lobby político da concorrente americana Hawker Beechcraft, no começo deste ano, quando conseguiu a suspensão temporária do contrato que deu a vitória à Embraer.
Segundo um especialista do setor de defesa no Brasil, a americana se aproveitou do ambiente de cortes no orçamento do governo do seu país e da sua frágil situação financeira para fortalecer a tese de que este contrato é fundamental para a manutenção de 1.400 empregos em sua fábrica, na cidade de Wichita, no Estado do Kansas.
O concorrente da Embraer, embora esteja sofrendo alterações, ainda é considerado inferior ao Super Tucano, sob diversos aspectos. O principal deles é o fato de ainda estar em desenvolvimento, enquanto o Super Tucano opera há mais de sete anos e é usado por forças aéreas de cinco países.
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