O dólar à vista fechou em alta de 0,50%, a R$ 5,6151. Na semana, a elevação foi de 2,92%. Já o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis divisas fortes ficou estável, aos 102,890 pontos nesta sexta-feira, acumulando alta de 0,36% na semana.
A alta de quase 3% vista no câmbio nesta semana foi muito decorrente de ruídos fiscais, que justificam a performance pior do real em comparação com outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities, segundo a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.
Na abertura desta sexta-feira, o dólar até chegou a ceder frente ao real, em linha com o exterior e com o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e o volume de serviços prestado do Brasil mais fracos na margem, mas o movimento não se sustentou.
O estresse no câmbio foi retomado quando, ainda pela manhã, o presidente Lula defendeu o aumento na taxa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física para os que recebem até R$ 5 mil e prometeu mais isenções futuras.
"A maioria dos brasileiros está nessa faixa, então perderíamos muita tração de arrecadação. E a medida tende a ser inflacionária, porque quando falamos em qualquer diminuição de tributos, automaticamente colocamos menos dinheiro na mão do governo e mais dinheiro na mão da população, que tende a gastar mais e impulsionar a economia a ponto de gerar maior inflação", avalia o head de alocação da W1 Capital, Victor Furtado.
Ele afirma que o governo tem a intenção de aumentar a arrecadação, seja pela regulamentação das bets, seja pela possibilidade de taxar os mais riscos. "Mas o mercado quer ver mesmo é corte de gastos: gastar menos e arrecadar mais", pondera. Neste contexto, a fala de Lula de que o governo brasileiro comprará um novo avião para a Presidência da República, também dita pela manhã, gerou ainda mais mal-estar.
Em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Fitch inclusive afirmou que o País não está em um caminho claro para outra melhora no rating, tendo primeiro de colocar as contas no azul e em trajetória sustentável
Para o fim de semana, o mercado monitorará com atenção a coletiva de imprensa do governo da China marcada para este sábado, em busca de potenciais novos estímulos que poderiam ajudar a elevar os preços das commodities e, consequentemente, dar maior suporte para o real.
(Com Agência Estado)
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