O comitê avalia que a condução da política monetária é um fator fundamental para a reancoragem das expectativas e garantiu que continuará tomando decisões que salvaguardem a credibilidade e reflitam o papel fundamental das expectativas na dinâmica de inflação. "Uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária", alertou no parágrafo 15.
Já no trecho seguinte, a cúpula do BC salientou que o cenário de curto prazo para a inflação se mostra mais desafiador. "Houve uma reavaliação dos preços de alimentos por diversos fatores, dentre eles a estiagem observada ao longo do ano", citaram os integrantes do Copom. Com relação aos bens industrializados, eles ressaltaram que o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses.
O grupo se debruçou ainda sobre a inflação de serviços, que, de acordo com o colegiado, tem maior inércia e segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta em contexto de atividade dinâmica. "De fato, tem-se observado uma interrupção no processo desinflacionário, refletindo a redução de força dos diversos fatores que vinham contribuindo para a desinflação."
Mais uma vez, o Copom enfatizou que o mercado de trabalho, o hiato do produto e as expectativas de inflação assumem papel "muito relevante" para a dinâmica desinflacionária de médio prazo. "A inflação corrente, medida pelo índice cheio ou por diferentes medidas de núcleo, em níveis acima da meta, o dinamismo da atividade econômica, o hiato positivo, as expectativas desancoradas e a depreciação recente do câmbio tornam a convergência da inflação à meta mais desafiadora."
(Com Agência Estado)
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