O diplomata se refere a uma entrevista concedida pela representante de Comércio norte-americano, Katherine Tai, à Folha de S.Paulo na quarta-feira, 23.
Li manifestou o "forte descontentamento e veemente oposição" do país à avaliação norte-americana. "Tal ato carece de respeito ao Brasil, um país soberano, e despreza o fato de que a cooperação sino-brasileira é igualitária e mutuamente benéfica", escreveu no texto intitulado "Declaração do porta-voz da Embaixada da China no Brasil sobre comentários equivocados de alta autoridade do governo dos EUA em relação à China."
E continuou: "O Brasil merece ser respeitado. É uma grande nação que defende sempre sua independência e tem grande projeção internacional."
O texto prossegue, dizendo que o Brasil não precisa que outros venham ditar ao País com quem deve cooperar ou que tipo de parcerias deve conduzir. "A China valoriza e respeita o Brasil desde sempre. O fortalecimento da cooperação sino-brasileira está alicerçado na confiança mútua e na convicção no futuro do outro. Os fatos não deixam margem para distorção", afirmou, lembrando que, nos 50 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre China e Brasil, a cooperação entre os dois países tem se expandido e aprofundado continuamente.
De acordo com a carta, as trocas são um importante impulso ao desenvolvimento econômico e à melhoria do bem-estar social das duas nações. A China, lembrou, é o maior parceiro comercial, maior mercado de exportação e a principal fonte de superávit do Brasil e questionou se esse dado representa um risco e não uma oportunidade. Para ele, a visão americana contraria os fatos e a lógica básica. "A Iniciativa Cinturão e Rota é uma importante medida para promover uma abertura de alto nível da China ao mundo e ao mesmo tempo, uma plataforma internacional para levar adiante um desenvolvimento inclusivo e universalmente benéfico da globalização econômica", argumentou.
O diplomata também escreveu que a iniciativa está aberta para países com as mesmas aspirações do gigante asiático, em busca de uma cooperação de consulta extensiva, contribuição conjunta e resultados compartilhados. "Diferentemente de certas pessoas, jamais coagiríamos nossos amigos a abandonarem parceiros específicos para se juntarem a nós. A China está firmemente comprometida com o respeito mútuo, a cooperação igualitária e o desenvolvimento conjunto com o Brasil, de maneira a trazer maiores benefícios aos povos dos dois países e contribuir com energia positiva para a comunidade internacional."
O representante da China no País disse ainda acreditar que a cooperação sino-brasileira, ao alcançar níveis mais elevados, chamará maior atenção do mundo. "Seria algo positivo se outros países, em resposta, valorizassem ainda mais o Brasil e aumentassem realmente seus investimentos em cooperação com o País."
(Com Agência Estado)
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