Isso significa que a próxima COP, sob a liderança do Brasil, terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula de Baku. O montante aprovado, de US$ 300 bilhões anuais (cerca de R$1,74 trilhão) até 2035, para o financiamento climático, ficou bem abaixo do US$ 1,3 trilhão (R$ 7,5 trilhões) pedido pelos países em desenvolvimento. A decisão foi tomada em plenária na madrugada de ontem no Azerbaijão, ainda noite de sábado no Brasil. Há queixas também sobre a falta de detalhamento na origem desses valores e nas regras para concessão - que poderiam incluir até juros em nível proibitivo.
Como o senhor avalia o financiamento climático de US$ 300 bilhões para países em desenvolvimento?
A expectativa era complicada para essa COP em virtude do momento geopolítico conturbado que estamos vivendo. E o valor foi o que ficou possível a se chegar nesse cenário. Ficou longe do US$ 1 trilhão que era esperado para financiamento de mitigação e adaptação.
Quais sãos os próximos passos?
A saída foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão para a COP30 do Brasil. Será necessário um aumento desses aportes e da ambição com relação financiamento, que deve ser liderado pelos países desenvolvidos.
Ficou um sentimento generalizado de frustração?
Temos um misto de sentimentos. Uma parte aplaudiu, mas os países em desenvolvimento, principalmente os mais vulneráveis na questão climática, saíram muito frustrados.
Por quê?
Os países em desenvolvimento não são os causadores do problema, mas vão ter de pagar boa parte dessa conta. Quem causou mais o aquecimento global foram os países que se industrializaram e utilizaram combustível fóssil ao longo dos últimos séculos. Agora é trabalhar para que se melhore essa ambição do financiamento e todo o regramento, as fontes e como será utilizado para que ele chegue à ponta e para quem precisa realmente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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