"Foi uma negociação complexa em um cenário geopolítico incerto e dividido", afirmou Guterres, alertando que o acordo precisa ser implementado com urgência. "Compromissos devem rapidamente virar dinheiro", cobrou o secretário-geral, enfatizando que o financiamento climático é "prioridade número um".
Em seu pronunciamento, Guterres descreveu 2024 como "um ano brutal", marcado por temperaturas recordes e desastres climáticos. O chefe da ONU ressaltou a situação crítica dos países em desenvolvimento, que se encontram "mergulhados em dívidas, atingidos por desastres e deixados para trás na revolução da energia renovável".
O acordo prevê que nações desenvolvidas destinem US$ 300 bilhões anuais ao longo dos próximos 10 anos para apoiar países em desenvolvimento. Embora Guterres tenha reconhecido a importância do pacto para manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, ele deixou clara sua insatisfação: "Esperava um resultado mais ambicioso - tanto em termos de financiamento como de mitigação".
O secretário-geral estabeleceu duas prioridades imediatas: a apresentação de novos planos nacionais de ação climática antes da COP30, que será realizada em Belém (PA), e a implementação do Pacto para o Futuro, com foco especial no alívio da dívida dos países em desenvolvimento. "Os países do G20, os maiores emissores, precisam liderar", declarou. Guterres também destacou que "o fim da era dos combustíveis fósseis é uma inevitabilidade econômica" e defendeu que os novos planos nacionais devem acelerar essa transição energética de forma justa.
Ao concluir, o secretário-geral agradeceu ao governo azerbaijano e elogiou o trabalho do presidente da COP29, Mukhtar Babayev. Guterres também reconheceu o papel fundamental dos jovens e da sociedade civil nas negociações. "As Nações Unidas estão com vocês. Nossa luta continua. E nunca desistiremos".
(Com Agência Estado)
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