A identidade do operador não foi divulgada. Em nota, a Azul disse seguir os padrões nacionais e internacionais de segurança. Afirmou ainda seguir eventuais recomendações de autoridades reguladoras.
Procuradas, a Infraero, que era responsável pela operação de Congonhas na época, e a Gol ainda não falaram.
O quase acidente entre aeronaves da Gol e Azul é descrito por um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgado na última terça, 29. O caso ocorreu em 3 de dezembro de 2020.
Segundo o documento do órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), as aeronaves não tiveram danos e os ocupantes saíram ilesos.
A aproximação aconteceu porque a Torre de Controle autorizou o pouso do voo da Azul, um avião Embraer ERJ 190-200, na mesma pista em que o voo da Gol, um Boeing 737-8EH, aguardava a autorização para decolar.
Após o aviso da tripulação da Gol de que ainda se encontrava na pista, o voo da Azul foi orientado pela Torre de Controle a arremeter, o que conseguiu fazer na aproximação final, passando sobre a outra aeronave a uma distância de cerca de 22 metros.
Controlador estava abalado; supervisor não percebeu
Os controladores de tráfego aéreo estavam com as licenças e habilitações válidas, segundo o relatório. O órgão constatou que o profissional que ocupava a posição de supervisor naquele momento não estava atento às operações realizadas pela Torre de Controle e não percebeu o evento. Ele declarou ao Cenipa estar preenchendo o livro de registro de ocorrências no momento do incidente.
Posteriormente, o supervisor julgou não ser necessário o afastamento do turno do controlador que ocupava a posição Torre de Controle, como preveem as Atribuições dos Órgãos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro após a Ocorrência de Acidente Aeronáutico ou Incidente Aeronáutico Grave (ICA 63-7).
O controlador que autorizou o pouso tinha 11 anos de experiência profissional no controle de tráfego aéreo e dois de habilitação na Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas.
Por meio de entrevista, o Cenipa verificou que ele já havia sido afastado temporariamente por motivo de saúde. Também apontou que, no período da ocorrência, ele estava emocionalmente abalado por problemas familiares, que afetavam a qualidade de seu sono.
O profissional foi descrito por seus colegas como dedicado e estudioso, sendo bem conceituado pela equipe e considerado uma pessoa agradável e de humor estável.
(Com Agência Estado)
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