Segundo o delegado Ricardo Farabulini, da Divisão de Capturas do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil, alguns dos integrantes do grupo também são suspeitos de atuar como olheiros e "guardar" bocas de fumo em diferentes regiões para traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Em alguns casos, até cultivando k9 (maconha sintética) para ganhar dinheiro com isso", disse o delegado.
As prisões ocorreram no âmbito da 4ª fase de uma operação denominada Mikrotéros, deflagrada pela Polícia Civil em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Conforme a Polícia Civil, 60 mandados foram expedidos pelas Varas da Infância e da Juventude com base em provas coletadas em investigação prévia - a polícia ainda busca localizar demais suspeitos.
A incursão desta quarta teve como foco buscar os suspeitos em bairros na zona sul da capital paulista. Ao menos 30 agentes, distribuídos em 12 viaturas, foram mobilizados. Os adolescentes apreendidos foram conduzidos ainda durante a manhã para a Fundação Casa.
Modus operandi variado
O modus operandi do grupo é considerado variado, mas sempre com o objetivo de repassar os objetos furtados, desde celulares a peças de moto, para criminosos focados na receptação.
"Em ações de quebra-vidro, por exemplo, eles usam vídeas de aço, pedras e, na sequência, desovam os celulares para receptadores", disse Farabulini. Alguns deles integrariam ainda gangues da bicicleta.
Os suspeitos presos têm entre 14 e 17 anos, e são considerados linha de frente dos esquemas. "São arregimentados pelas associações criminosos que usam esses menores e adolescentes como escudos", disse o delegado.
A operação desta quarta-feira teve foco no extremo sul da cidade de São Paulo, em bairros como MBoi Mirim, Campo Limpo e Capão Redondo. A maioria dos capturados é reincidente em crimes patrimoniais, segundo informações preliminares da Polícia Civil.
(Com Agência Estado)
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