Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, ou somente “Irmã Dulce”, nasceu em Salvador/BA no dia 26 de maio de 1.914, falecendo no dia 13 de março de 1.992, também na capital soteropolitana.
Irmã Dulce foi uma religiosa católica que dedicou a sua existência terrena para ajudar as pessoas enfermas e necessitadas. Ainda na infância, ela já desejava seguir a vida religiosa, e costumava rezar muito em busca de um sinal se deveria ou não trilhar por esse caminho. Foi na adolescência que passou a desenvolver a missão de ajudar os mendigos, carentes e doentes, inclusive, abrigando pessoas adoentadas na casa dos seus pais. Disse: “Ame simplesmente, porque nada nem ninguém pode acabar com um amor sem explicação!”
Com a certeza de que queria seguir a vida religiosa, Irmã Dulce tentou ingressar aos 13 anos no convento, e foi recusada por ser muito jovem. Assim, ela concluiu a formação como professora primária no ano de 1.932, quando entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe. Foi no ano de 1.934 que ela se tornou freira, ao fazer o seu voto de fé, quando aderiu ao nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe. O amor foi contemplado por ela: “O que fazer para mudar o mundo? Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo.”
Alguns espaços foram instaurados e criados pelas mãos de Irmã Dulce, tais como: a União Operária São Francisco; o Colégio Santo Antônio (voltado para os operários e seus familiares); e o albergue para doentes que no futuro se transformou no Hospital Santo Antônio. Com a visita do Papa João Paulo II, em 1.980, ela foi convidada para estar no altar, e, assim, ouviu dele: “Continue, Irmã Dulce, continue”. No ano 2.000, Irmã Dulce recebeu do próprio Papa o título de “Serva de Deus”, pela dedicação por mais de 50 anos de assistência aos doentes, pobres e necessitados. Na atualidade, a entidade filantrópica denominada Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) conta com 17 núcleos que oferece serviços de saúde, assistência social, educação, ensino e pesquisa médica. Disseminou a caridade: “Quem tem mãos para servir, não tem tempo para fazer o mal.”
Em 10 de dezembro de 2.010, Irmã Dulce foi beatificada pelo Papa Bento XVI, passando a ser reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”, e foi declarada santa pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2.019. Alguns milagres foram atribuídos à “Santa dos Pobres”: recuperação de uma mulher desenganada após o parto; e de um homem que voltou a enxergar após 14 anos cego. É dela: “O amor supera todos os obstáculos. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós.”
Irmã Dulce afagava através do olhar. Buscou a justiça social incansavelmente, mostrando que bondade, compaixão, solidariedade e fraternidade se encaixam para a prática cotidiana do bem. Recebeu muitos apelidos, por ser figura extremamente humanitária: “Anjo Bom da Bahia”, “Mãe dos Desamparados”, “A religiosa do século XX”, e por aí afora. Foi eleita como uma das 12 personalidades brasileiras de todos os tempos, e teve o nome incluído no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, através da Lei nº 14.584/2023. Um decreto do Estado da Bahia reconhece o dia 13 de agosto como o Dia Estadual em Memória à Bem Aventurada Dulce dos Pobres.
Em um mundo onde o capitalismo ecoa vozes e dita regras, a santa teve atitudes de heroísmo desde a tenra infância. Sempre foi enfática em suas atitudes de amor ao próximo: “Miséria é a falta de amor entre os homens.”
(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual, mestra em Sociologia pela UFMT, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT -, membra da Academia Mato-Grossense de Direito – AMD - Cadeira nº 29.
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