Em 1984, algo se passou. Coutinho reinventou-se ao retomar o material interrompido do Cabra. Sobre a ficção, erigiu um documentário - nas bordas. O que seria um filme sobre o líder das Ligas Camponesas, João Pedro Teixeira, paralisado pela invasão do local das filmagens - o Engenho Galileia - e a prisão da equipe, tomou outro rumo. João Pedro foi assassinado, Coutinho filmou sua viúva, Elizabeth, foi atrás dos filhos arremessados no mundo.
Resultou uma obra visceral sobre a questão fundiária no Brasil e a brutalidade da ditadura. Cabra Marcado foi eleito o melhor documentário brasileiro de todos os tempos numa enquete da Abracine. Não é. O próprio Coutinho superou-se com Edifício Master e Jogo de Cena. Mas Cabra segue sendo uma obra necessária, de referência. É a atração imperdível desta quarta, 5, às 21h, no canal Curta!.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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