O empresário Valter José Kobori, sócio da empresa JK Desenvolvimento Humano e Treinamento Gerencial Ltda., teria recebido mais de R$ 6 milhões do esquema criminoso no Detran, delatado pelo ex-presidente da autarquia Teodoro Lopes, o Dóia. De acordo com o pedido de busca e apreensão do Ministério Público (MPE), Kobori recebeu, através de empresas de sua propriedade e com as quais tem ligação, R$ 6.389.577.
O Ministério Público também comprovou que Kobori é membro do Conselho Administrativo da empresa Canal da Peça e sócio estrategista da empesa JK Capital Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda. Através destas empresas, o investigado teria recebido mais de R$ 6 milhões em pequenas transações, realizadas entre os anos de 2011 e 2016. Os valores eram repassados pela empresa EIG Mercados, antiga FDL Serviços.
Consta no relatório do MP que a empresa JK Desenvolvimento recebeu R$ 171,1 mil em 2013, divididos em quatro parcelas. Em 2014, a empresa recebeu duas parcelas da EIG Mercados, totalizando R$ 84,4 mil. A empresa JK Capital Consultoria recebeu valores da EIG de 2012 a 2016, somando uma quantia total de R$ 723,3 mil. Em 2012, ela recebeu R$ 33,7 mil, em quatro parcelas. Em 2013, o valor foi de R$ 170,4 mil, em 11 parcelas.
José Kobori ainda recebeu, em seu nome, mais de R$ 3 milhões, entre novembro de 2011 e fevereiro de 2016. Em 2011, recebeu R$ 3,1 mil; em 2013, R$ 41,8 mil; em 2014, R$ 1,1 milhão. Em 2015, o repasse da EIG Mercados para Kobori foi de R$ 1,5 milhão e em 2016 o montante foi de apenas R$ 169,9 mil. O MP contabilizou 26 repasses da empresa EIG para Kobori, entre valores de R$ 833 e R$ 380,8 mil.
A empresa Canal da Peça S.A. também recebeu um montante superior a R$ 2 milhões de investigados no esquema. José Ferreira Gonçalves Neto repassou um total de R$ 1,7 milhões a empresa em que Kobori é membro do Conselho Administrativo. Foram 20 parcelas transferidas ao longo de 2015. A empresa também recebeu R$ 400 mil de José Henrique Ferreira Gonçalves. Foram repassadas seis parcelas. O total recebido pela empresa foi de R$ 2,1 milhões.
Operação Bereré
As investigações da Operação Bereré, deflagrada na manhã desta segunda-feira (19), tiveram início na Defaz, sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e foram cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar.
Na delação premiada, Dóia teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda., responsável pelo registro de contratos de financiamentos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento. A empresa cobrava uma taxa entre R$ 170 e 400. 10% eram repassados ao Estado e 90% distribuído entre os integrantes do esquema.
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