"As Forças Armadas apoiam os serviços de polícia em total cooperação para manter a segurança e proteger as instalações vitais do Estado por um período temporário, até o anúncio do resultado do referendo sobre a Constituição", afirma um decreto publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial egípcio.
A principal coalizão opositora egípcia, a Frente de Salvação Nacional (FSN), rejeitou neste domingo (9) o projeto de Constituição que Morsi, quer submeter a referendo, e convocou uma manifestação para esta terça-feira (11).
"Não reconhecemos o projeto de Constituição, porque não representa o povo egípcio", declarou à imprensa Sameh Ashur, porta-voz do FSN, após uma reunião na qual a coalizão decidiu sua resposta à decisão presidencial de manter o referendo e anular um decreto que concedia poderes ampliados a Mursi.
"A frente convoca todos a se manifestarem na terça-feira na capital e nas províncias, em sinal de rejeição à decisão do presidente, contrária as suas reivindicações legítimas', explica o FSN em um comunicado lido por Sameh Ashur. No mesmo momento, centenas de opositores participavam de uma passeata em direção ao palácio presidencial, na periferia do Cairo, para manifestar sua rejeição ao referendo.
Neste sábado (8), Morsi anulou um decreto do mês passado por meio do qual ampliava e blindava seus poderes, disse o político islamita Selim al-Awa em uma entrevista coletiva à imprensa, no Cairo. Apesar disso, manteve a proposta do referendo no dia 15, como inicialmente previsto.
O decreto, adotado pelo chefe de estado em 22 de novembro, provocou uma forte onda de contestação no Egito, acompanhada de manifestações que em alguns momentos descambaram para a violência, com a morte de sete pessoas na noite de quarta para quinta-feira no Cairo.
A oposição também se polarizou em torno do projeto de Constituição que o poder pretendia submeter a referendo no 15 de dezembro. Ela acusa o texto de abrir caminho para uma islamização mais ampla da legislação e de não apresentar garantias às liberdades, principalmente de expressão e de religião.
O anúncio do primeiro-ministro foi feito logo depois de a principal coalizão opositora, a Frente da Saudação Nacional (FSN), ter pedido a manutenção do movimento de protesto até que suas "reivindicações legítimas e pacíficas se concretizem". "O humor do povo egípcio se move na direção da greve geral", alertou a FSN em um comunicado lido à imprensa por Mohamed Abu al-Ghar, um de seus líderes.
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