O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, reiterou nesta quarta-feira a disposição do país a negociar sobre o programa nuclear com o grupo 5+1, formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha.
Em declarações à agência de notícias estatal Fars, Salehi disse que enviará cartas aos seis países para mostrar a intenção de retomar o diálogo. O chanceler espera que o encontro entre as autoridades dos sete países aconteça em "um futuro não muito distante".
O anúncio é feito no dia seguinte à saída da comitiva da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, vinculada à ONU), que avaliou as condições do enriquecimento de urânio no país.
A entidade qualificou como "boas" as discussões mantidas nos últimos dias com as autoridades iranianas, mas afirmou que ainda há dúvidas por esclarecer a respeito do programa nuclear do país.
Abedin Taherkenareh/Efe |
Usina nuclear de Bushehr, no Irã |
INSPEÇÃO
Inspetores da agência chegaram no sábado a Teerã para discutir aspectos do programa nuclear iraniano, que potências ocidentais afirmam servir de fachada para o desenvolvimento de armas atômicas. Teerã nega essa acusação, dizendo que seu objetivo é apenas gerar energia para fins pacíficos.
"Estamos comprometidos a resolver todas as questões remanescentes, e os iranianos certamente estão comprometidos também. Mas é claro que ainda há muito trabalho a ser feito, e já planejamos outra viagem em um futuro muito próximo", disse a jornalistas Herman Nackaerts, subdiretor-geral da AIEA, ao regressar de Teerã.
Questionado sobre se estava satisfeito com as reuniões, Nackaerts, que comandou a delegação de seis integrantes da AIEA, respondeu: "É, tivemos uma boa viagem".
Ele disse que foram três dias de "discussões intensas", mas não quis dar detalhes, alegando que precisava inicialmente se reportar aos seus superiores.
Na terça-feira, uma fonte oficial iraniana não identificada disse à agência de notícias Fars que a visita foi "construtiva" e que "os dois lados concordaram em continuar as discussões".
A Fars também disse que novas reuniões foram marcadas, mas não informou a data.
Diplomatas ocidentais habitualmente acusam o Irã de usar ofertas de diálogo como tática para se esquivar da pressão internacional e prosseguir com seu programa nuclear, e dizem duvidar de que desta vez Teerã irá demonstrar o tipo de cooperação objetiva que a AIEA espera.
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