Em um mundo que caminha cada vez mais para o acesso ao conhecimento pelo meio digital, há quem ainda mantenha a tradição de ler um livro físico e ir aos sebos para 'garimpar' as melhores obras. Em Cuiabá, um deles tem se destacado por seu estilo diferenciado e cultural. O Raro Ruído existe há cinco anos e se prepara para ampliar os serviços e tornar o experimento da leitura ainda mais físico. O HNT conversou com o proprietário do estabelecimento, Edson Abreu, de 55 anos, que demostrou toda sua paixão por cultura e livros.
Uma pesquisa da Associação Nacional de Livrarias (ANL) demonstrou, em 2021, que, no Brasil, uma livraria encerra suas atividades a cada três dias, em média. Nos últimos anos, as grandes empresas do ramo têm entrado em recuperação judicial e falência, mas, apesar do cenário negativo, Edson resolveu apostar e abrir a Raro Ruído.
“Começou há cinco anos e foi uma oportunidade de um estoque de livros de biblioteca que a gente adquiriu. E aí eu sempre gostei muito de livros, de sebo e tal. Eu achei que seria uma oportunidade de você colocar um negócio que havia poucos, principalmente em Cuiabá. Nós tínhamos apenas um sebo à época”, disse o empresário.
Para Edson, seu estabelecimento representa mais do que um simples sebo, ele a designa como uma loja de cultura, ampliando os horizontes da empresa.
“A gente trabalha com livros. Livro ainda é um produto bastante procurado, mas a gente oferece tudo relacionado à cultura, todos os objetos que têm alguma relação com cultura. Então, você tem discos, você tem camisetas, você tem canecas, você tem materiais, você tem os LPs, CDs. Então, basicamente, é o universo cultural”, explicou Edson.
Questionado sobre os desafios de manter um estabelecimento de livros em um mundo que está cada vez mais digital, o empresário argumenta que algumas pessoas ainda se prendem a sensações que apenas o físico pode causar.
“A medida que você tem uma população que cada vez mais busca cultura no computador, o desafio é você demonstrar que quando você tem uma loja e a pessoa vai na loja encontrar esse produto, ela tem uma experiência muito diferente daquela que ela teria numa loja virtual. E, então, o que a gente tenta fazer todos os dias é criar elementos que façam com que o consumidor de objetos culturais se sinta atraído para a loja, que ele possa ter a ideia de que na loja ele vai ter uma experiência que ele não teria numa loja virtual”, respondeu Edson.
AMPLIANDO ACOMODAÇÕES
Ao HNT, Edson contou que em breve o estabelecimento passará por mudanças e os clientes poderão se acomodar no local para beber cafés e sucos, para vivenciar cada vez mais uma experiência em uma livraria, como era feito antigamente.
“A gente, agora, vai implementar uma área com limonada italiana, com café, com bebidas, um ambiente para a pessoa sentar. Uma experiência para aumentar essa experiência da loja física para a pessoa”, contou o empresário.
Por último, Edson disse que acredita que o acesso à cultura permite que as pessoas possam pensar e refletir cada vez mais sobre a sociedade em que estão inseridas.
“O contato com obras culturais leva a pessoa para um mundo que às vezes ela ignorava completamente. Um mundo que é bastante instigante, porque qualquer coisa relacionada à cultura instiga a pessoa a pensar, a refletir, a vivenciar o mundo de uma forma diferente. Então, eu acho isso muito importante e a loja tem essa função como meta e objetivo”, finalizou Edson.
De acordo com Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o adequado é que haja uma livraria para cada 10 mil habitantes. No Brasil, há uma a cada 96 mil
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.
Neiva Pelissari 16/04/2024
Amo um bom livro e a iniciativa excelente, faltou o endereço.
Jota Alves 15/04/2024
Parabéns Edson..
2 comentários