O município de Campinápolis, localizado 658 km a leste de Cuiabá, registrou o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Mato Grosso, no estudo divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
A lista dos 10 piores ficou bem dividida, com dois municípios da baixada cuiabana, dois da região leste, dois do norte e um em cada uma das regiões restantes, nordeste, noroeste e oeste do estado.
O estudo teve como base dados do Censo de 2010. Foram analisados em três grandes eixos: educação, longevidade e renda, e avaliados de 0 (pior desempenho) a 1 (melhor desempenho). No Brasil, a melhor nota obtida por um município foi 0,862 (São Caetano do Sul -SP) e a pior foi 0,418 (Melgaço - Pará).
Marcos Lopes/HiperNotícias |
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Segundo o estudo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, com 14.305 habitantes Campinápolis teve um IDHM geral de 0.538, enquanto a média nacional foi de 0.727 e a mato-grossense de 0.725.
O município ainda teve a pior classificação estadual no IDHM da educação, com 0.324, quase metade da média de MT que teve 0.635 no quesito.
De acordo com o estudo, apenas 13% da população local tem ensino médio completo e 28% foi considerada analfabeta. Outro dado preocupante da educação municipal foi que 19% dos jovens entre 15 e 24 anos não estuda e está vulnerável a pobreza extrema.
Aproximadamente 38% dos moradores foram classificados como situação de pobreza extrema, e 54% considerados pobres, totalizando 91% do total de habitantes.
O prefeito do município Jeovan Faria (PSB), questionou os critérios utilizados na pesquisa. Ele também pontuou que os dados estão desatualizados e que não correspondem à atual gestão.
Ele apontou, contudo que o baixo índice se deu principalmente pelo fato que mais de 50% da população ser indígena. “São mais de 7 mil na região que pouco atuam na economia local, isto acaba gerando este valor”, disse ao HiperNotícias.
A categoria também é pouco alfabetizada e recebe assistência em saúde de maneira parca por parte do governo federal, responsáveis pelo serviço de saúde indígena.“Eles vivem em condições precárias, até passam fome.”
Segundo Jeovan, a prefeitura está realizando um trabalho diferenciado para inserir os povos indígenas, predominantemente xavantes, na sociedade local. “Contratamos mais de 100 profissionais da educação exclusivamente para as etnias”.
Há cerca de 20 anos, havia negociante de pescado que, sozinho, chegava a adquirir toneladas de peixe todo mês em Barão de Melgaço (a 121 km de Cuiabá) para revender. Hoje, produtores do município todo mal conseguem vender em trinta dias mais de 300 quilos e o local padece de uma estagnação econômica quase implacável, relata o prefeito Antônio Ribeiro Torres (PMDB).
PIOR RENDA
O município de Jangada (80 km ao norte de Cuiabá) teve a piore renda per capta de Mato Grosso, com um índice de 271,99. Aproximadamente 25% da população foi considerada extremamente pobre e 40% pobre.
O prefeito de Jangada foi procurado pela reportagem do HiperNotícias para comentar os dados, mas não foi encontrado.
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