Comerciantes da comunidade do Rio dos Peixes, na MT-251, estrada que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (a 62 km de Cuiabá) pedem urgência nas obras do Portão do Inferno. Segundo os moradores, nada está sendo feito no trecho atualmente e eles temem o abandono de locais de visitação na via, como os balneários e os próprios pequenos comércios da margem da via. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) informou que os trabalhos de retirada de fauna e flora nativa do paredão do morro está ocorrendo no trecho da via.
À reportagem do HiperNotícias conversou com o proprietário do restaurante Recanto das Onças, Nilmo Garcia. Segundo ele, os comerciantes dependem do fluxo da via para movimentação e geração da economia nos estabelecimentos da comunidade.
"Precisamos que alguém fale alguma coisa. Com o sistema pare e siga, muitos turistas não tem passado pela via porque não saber se está passando ou não. Nós que estamos aqui sabemos, mas eles não. Agora, com qualquer tempo de chuva ninguém mais desce para Chapada", relatou Nilmo relatando apreensão para novas quedas na movimentação do comércio com o período chuvoso, na qual a Sinfra interrompe o bloqueio da estrada.
"O governo começou, mas pediram para suspender e eles viraram as costas e foram embora. Agora ninguém faz nada lá, tudo parado", completou. Nilmo reforçou que vão continuar pressionando as autoridades competentes para que algo seja feita, caso contrário irão bloquear a via nas próximas semanas.
Nilmo também destacou a paralisação do transporte coletivo pela via, como as viagens dos ônibus intermunicipais (Cuiabá/Chapada - Chapada/Cuiabá).
A Sinfra tinha dado início à obra de retaludamento no trecho do Portão do Inferno que corre risco de desabamento, com o trabalho de retirada da fauna e flora do paredão, conforme determinou as condicionantes do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) e o Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Contudo, dias após iniciado à obra, o Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) moveram ação civil pública, com pedido de liminar, para suspensão imediata das obras apontando diversas irregularidades no licenciamento ambiental.
O QUE DIZ A SINFRA?
Procurada nesta sexta-feira (22), a Sinfra informou que os trabalhos estão ocorrendo normalmente e que o pedido de liminar foi negado pela Justiça. Trabalho realizado no momento é de gestão ambiental, ou seja retirada de fauna e flora nativa para ser realocada.
O QUE DIZ O MP-MT?
À reportagem também procurou o Ministério Público e foi informado que o MPF está a frente da ação.
O QUE DIZ O MPF?
Já a assessoria de comunicação do MPF informou que o órgão apresente a denúncia à Justiça Federal e é ela que toma a decisão. Destacou ainda que o juiz federal, que pegou a denúncia do Portão do Inferno, havia pedido explicação do governo do Estado, do Ibama, ICMBio e demais envolvidos sobre o licenciamento para execução da obra. Contudo, não afirmou se o pedido de liminar foi realmente negado como disse à Sinfra para à reportagem.
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