O impasse ocorreu durante uma audiência sobre um caso de violência obstétrica. Nas redes sociais, Ruth afirmou que "nunca foi tão destratada em 18 anos de advocacia". "Eu defendo o direito da minha cliente e não tenho juiz de estimação. Não aceito nem aceitarei certas situações."
Ao Estadão, Ruth afirmou que acredita que o CNJ precisa se pronunciar sobre o caso. "Se nós, advogadas que atuamos na defesa das mulheres que são vítimas de violência obstétrica, somos tratadas dessa forma, imaginem essas mulheres quando estão sozinhas e abandonadas dentro dos serviços de saúde, sem os seus acompanhantes e sem a garantia dos seus direitos?", argumenta Ruth.
A advogada sugere que o País "precisa falar sobre a violência obstétrica com mais frequência para que as mulheres saibam que o parto pode e deve ser respeitoso e gentil".
Ana Maria Almeida Vieira se declarou suspeita para atuar no caso após o imbróglio. O caso vai ser distribuído para o gabinete de outro juiz do Tribunal de Justiça maranhense.
A confusão aconteceu durante audiência gravada. A advogada pediu a transcrição de um prontuário, alegando que é um direito de sua cliente. O advogado da outra parte ponderou que a transcrição seria "algo complicado".
A juíza decidiu abrir vista para que a advogada fizesse o pedido de diligência por escrito. "Essa história de transcrição, isso não vai dar certo", avaliou a juíza. Ela afirmou, ainda, que "já sabe onde isso vai dar". Estabeleceu cinco dias para a advogada apresentar sua solicitação por meio do sistema do tribunal "para não ter problema no futuro porque sabe que vai dar problema".
Ruth, então, disse que queria fazer o pedido oralmente, para não prolongar mais o processo. "Quem está pedindo prolongamento é a sra", disse a juíza.
O defensor da parte contrária no processo alegou que o prontuário está legível e Ruth contestou. Ela sustentou que a transcrição do documento é um direito da paciente. "Eu estou abismada como a transcrição de um prontuário, uma coisa simples que peço em todos processos está causando esse bafafá todo", reclama Ruth Rodrigues em entrevista ao Estadão.
Ainda na audiência, a juíza advertiu a advogada. "A sra que está causando esse bafafá porque não está se comportando adequadamente." Ana Maria interpelou Ruth. "Porque a sra está gritando?"
A juíza afirmou que Ruth "tem que saber se comportar numa audiência". Uma outra advogada também na audiência saiu em defesa de Ruth e disse a Ana Maria que ela teria que "saber se comportar como uma juíza". E argumentou que a colega apenas pediu uma prova.
Ana Maria Almeida Vieira contestou. Disse que trata bem as partes que conduz audiência de forma correta. Declarou encerrada a audiência, mas não saiu da sala online. Ao se levantar, queixou-se. "Poxa, tô perdendo meu tempo, podia estar fazendo tanta coisa."
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.