As equipes de resgate localizaram na tarde desta sexta-feira o corpo de mais uma vítima do desabamento de três prédios na região central do Rio. Com isso, já são nove mortos confirmados em decorrência do acidente. Ainda há pessoas desaparecidas.
O último corpo a ser encontrado é de um mulher e estava em um local onde seria uma das saídas do edifício Liberdade, de 18 andares, o primeiro que desabou.
Os bombeiros dizem acreditar que no local podem ser achados outros corpos de pessoas que tentavam sair do prédio antes do desabamento, por isso o trabalho das esquipes está concentrado na área, inclusive com cães farejadores.
Até a tarde de hoje, quatro vítimas já tinham sido identificadas. São elas: o zelador Cornélio Ribeiro Lopes, 73; sua mulher, Margarida Vieira de Carvalho, 73; o catador de papelão Moisés Moraes da Silva (idade não revelada); e Celso Braga Cabral Filho, 44, que já foi enterrado.
Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ronaldo Alcântara, os objetos pessoais e documentos que estão sendo encontrados entre os escombros são entregues à Polícia Militar.
Ele disse que também já foram recolhidos quatro cofres que pertenceriam a empresas de contabilidade que funcionava no local e que tiveram que ser tirados com guinchos, além de sete caixas eletrônicos da agência bancária do Itaú que funcionava no térreo de um dos prédios que caíram.
Victor R. Caivano/Associated Press |
Equipes de resgate fazem buscas nos escombros à procura de sobreviventes |
DESABAMENTO
Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.
Devido ao trabalhos no local do desabamento, a avenida Treze de Maio (onde ocorreu os desabamento) permanece interditada. A avenida Almirante Barroso também foi bloqueada entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco. Já Senador Dantas funciona com mão invertida entre a Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou ontem (26) que os indícios apontam que é improvável que o desabamento dos três prédios tenham sido causado por uma explosão. A principal hipótese até o momento aponta para problema na estrutura de um dos prédios.
"Provavelmente, houve uma falha estrutural do prédio maior --de 18 andares-- que levou ao desabamento dos outros dois prédios menores --de dez e quatro andares", afirmou o prefeito. Ele acrescentou ainda que a resposta definitiva sobre as causas do desabamento será dada pela perícia.
Segundo o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Rio, não havia qualquer registro da obra que estava sendo realizada em dois andares de um dos prédios que desabou. De acordo com relatos de testemunhas, havia obras nos 3º e 9º andares do prédio.
O ajudante de obras Alexandre Fonseca, 31, que sobreviveu ao desabamento ao se abrigar dentro do elevador, afirmou, porém, que não mexeu em pilares, vigas e lajes, que poderiam comprometer a estrutura do local.
Fonseca, que prestará depoimento à polícia hoje, afirmou que a obra que acontecia no nono andar do prédio Liberdade --o maior dos três que ruíram-- derrubou apenas duas paredes para remover dois banheiros. Ele disse ainda que não acredita que a obra tenha sido a causa do acidente.
Os prédios da região foram interditados. De acordo com os bombeiros, eles não foram comprometidos, mas foram evacuados por precaução. O prédio do Liceu Literário Português é um dos que foram esvaziados.
Paulo Alvadia/Ag. O Dia |
Alexandro Fonseca, 31, abraça a família após deixar o hospital Souza Aguiar, no Rio |
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