O livro “Copas – 12 Cidades em Tensão” será lançado hoje (7), às 19 horas, no Museu de Imagem e Som de Cuiabá (Misc) em meio a um sarau com músicos locais. A ideia, de acordo com um dos idealizadores da publicação, Fabrício Chabô, é reunir vários registros que evidenciam as mudanças prometidas às doze cidades em decorrência do evento e suas práticas de privatização e gentrificação.
“O livro é resultado de reuniões presenciais e virtuais, debates e proposições realizadas ao longo de todo o ano de 2014 pelos convidados a integrar o projeto, financiado pelo Edital Rede Funarte 2014”, explica.
Chabô conta que participou dos debates em São Paulo, além de fazer uma performance no Instituto Goethe. “Foi Eduardo Ferreira quem escreveu o texto inspirado em Marcel Duchamp, o ‘Pensadores da Copa’, que inspirou minha atuação: interpretei o pensador nu, sentado na privada com a bola na cabeça”, conta.
Segundo ele, a exibição foi eleita a melhor entre os doze estados que sediaram a Copa e integram o projeto. “Cada uma das cidades esteve representada por interventores urbanos e, ainda, 23 coletivos. Ele se traduz na documentação de um processo de pesquisa e criação realizado por estas pessoas e suas respectivas redes, para criar uma narrativa sobre transformações urbanísticas e manifestações políticas e estéticas de cada uma delas”.
Há representantes das cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os idealizadores deste trabalho sentem-se confiantes no resultado.
Ainda que essa tenha sido a Copa de acidentes e mortes na construção de estádios, de irregularidades diversas nas parcerias com empresas privadas, do estabelecimento de estados de exceção generalizados, de violência policial contra manifestantes e a população, de desapropriações e despejos, deixando como resultado uma série de injustiças e desserviços à maioria da população, culminando na falência em grande escala de seu legado político e social.
Por outro lado, muita da energia de criação investida na Copa pelos brasileiros se deu através de manifestações, gritos, vozes e corpos que se expressavam, fazendo existir uma outra Copa, a de desejos democráticos que mais uma vez se levantam, transformam formas de agir, pensar e viver, desafiando a história oficial. O livro conta parte desse processo e um pouco das histórias não oficiais da Copa do Mundo no Brasil. Quem quiser mais informações sobre o lançamento pode obtê-las pelo telefone (65) 8102-0205.