O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) rebateu a denúncia em que virou réu devido a contratação temporária de médicos na capital. A ação do Ministério Público Estadual (MPE) atinge ainda o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Correia.
Luiz Alves / Secom
“Recebi a notícia com uma tristeza muito grande. Por um lado, a população me cobra - e com razão, que não pode faltar profissional da Saúde. Por outro, eu tenho que contratar. Não posso deixar uma unidade de saúde sem profissionais. A rotatividade é muito intensa e a responsabilidade é muito grande”, disse nesta sexta-feira (17), em coletiva no Shopping Popular, no Porto.
Conforme ação assinada pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, no último dia 8, o MPE apontou uma situação de “descaso e desobediência”, tendo em vista que as contratações temporárias se arrastam por anos e que nunca foram interrompidas.
Segundo a denúncia, em julho de 2018, 2.657 contratados foram assinados. Em março do último ano, outros 369 foram contratados quando Huark Correia assumiu a pasta.
“Essa decisão veio depois que eu promovi o processo seletivo, na defesa nós vamos mostrar isso e vamos superar e arquivar esse feito. Vamos mostrar que nossa intenção era responsabilidade social. Se tiver que responder processo por contratação temporária e não deixar nenhuma unidade sem atender a população, eu respondo e vou provar a boa-fé”.
“Os órgãos de controle tem razão em fiscalizar, mas precisa ter uma maior visão social de que o interesse da população fala mais alto, de não deixar a população abandonada na saúde pública”, acrescentou.
Reunião com Sindimed
Emanuel Pinheiro confirmou uma nova reunião no início de fevereiro com o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (SindimedMT) para atender demandas da categoria. Os médicos estiveram em assembleia geral nos últimos dias e mencionaram um indicativo de greve na capital.
“Fizemos uma reunião ótima, de alto nível. A gestão passada enfrentou duas greves de médicos e na Educação e na nossa não houve nada disso. Sempre tratamos as categorias com muito respeito, resolvendo as coisas no diálogo. Problemas a gente sabe que existe, mas também estamos cobrando mais produtividade e humanização no atendimento à população”, afirmou.
“Marcamos uma nova reunião para primeira semana de fevereiro e vamos avançar. Eles tem razão em alguns pontos e nós temos razões em outros. O importante é avançar sempre na humanização e melhoria na prestação do serviço da saúde pública”.
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