A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) confirmou nesta sexta-feira (29) que 34 servidores do sistema penitenciário mato-grossense estão afastados das suas funções por apresentarem sintomas da Covid-19, o coronavírus. Além disso, a assessoria de imprensa da pasta apontou que 11 agentes testaram positivo para a doença. Deste número, quatro foram recuperados.
Foram seis casos confirmados na cidade de Alta Floresta; um na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá; dois em Peixoto de Azevedo; um em Pontes e Lacerda; e um do Serviço de Operações (SOE).
A assessoria da pasta ainda acrescentou que não há nenhuma morte registrada no Estado devido à doença. Além disso, 39 suspeitas foram descartadas. Nenhum dos servidores precisou ser internado, cumprindo apenas o tratamento médico em isolamento domiciliar.
A Sesp não contabiliza apenas policiais penais como servidores do sistema penitenciário. Neste número total, constam assistentes penitenciários, ou seja, agentes que prestam serviços dentro das unidades. Os trabalhadores da área da saúde e da Assistência Social também são contabilizados.
Ao HNT/Hipernotícias, a presidente do Sindicato dos policiais penais, Jacira Maria da Costa, afirmou que cinco agentes do seu grupo testaram positivo para Covid-19. Ela afirmou que o número cresceu devido a demora do governo do Estado em tomar providências para evitar o aumento da doença.
“Isso acontece (aumento de agentes diagnosticado com a doença) devido à morosidade do próprio gestor da nossa pasta (secretaria de Segurança Pública) de tomar atitude para que aja um protocolo para que a gente possa estar atendendo em tempo hábil e não deixar que mais pessoas sejam infectadas com a doença. É inadmissível a perda de vida por esta doença. O Estado precisa ter atenção com as unidades penitenciárias”, disse a sindicalista à reportagem.
Jacira acredita que o governo estadual tem que tomar medidas para evitar a propagação da doença nas unidades. A presidente afirma que detentos e agentes merecem ter atenção por parte do poder Executivo.
Reprodução
Dois detentos morream na Cadeia Pública de Alta Floresta
“O inimigo é invisível, mas as ações são concretas. Elas precisam acontecer. O Estado, como sempre, parece que está torcendo para que as coisas aconteçam. Eu não sei que vitrine boa é essa de que o Estado não cuida de seus cidadãos. Não importa se ele (o cidadão) esteja recluso, mas ele está pagando a sua pena e merece atenção por parte do Estado.
Governo rebate
Em nota encaminhada à reportagem, a secretaria de Segurança Pública informou que tem tomado todas as medidas para evitar a proliferação da doença nos presídios.
“A Sesp segue os protocolos estabelecidos pelos organismos de saúde quanto à quarentena e isolamento, assim faz a orientação para seus servidores, como os demais profissionais do Executivo do Estado, inclusive os da saúde”.
A secretaria reitera ainda que essas medidas de prevenção precisam ser seguidas por todos os profissionais também fora do ambiente de trabalho, ou seja, em suas casas, ou ambientes externos como supermercados, farmácias, etc., além de manter o distanciamento social, a rotina de higienização das mãos e uso de máscaras”, diz a nota.
Morte de detentos
Na manhã desta sexta-feira, a pasta confirmou a 2ª morte de presidiários por Covid-19, em Mato Grosso. Os óbitos foram registrados em Alta Floresta.
A secretaria informou que uma nova enfermaria foi instalada na unidade nesta sexta-feira (29) e uma enfermeira será removida para ficar por 30 dias em Alta Floresta para intensificar os cuidados com a saúde dos presos e dos policiais penais.
“A Sesp encaminhou Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para as 52 unidades penais, que foram adquiridos com recursos do Poder Judiciário, via Conselho da Comunidade da Vara de Execução Penal, e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen)”, concluiu.
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