Livia Moreira Gomes Nery, filha de Renato Nery, advogado assassinado com sete tiros quando chegava em seu escritório no início de julho de 2024 afirma ter medo de quem poderia estar atrás da morte do seu pai. “A própria polícia orientou a gente ter cuidado, mas cuidado com o quê, com quem, quem está atrás de nós”, declarou em entrevista a TV Centro América nesta quinta-feira (28).
Ela também afirmou, com lágrimas nos olhos, que nos primeiros dias após o crime, ela não queria deixar o filho, de quatro anos ir à escola, por não saber se ia voltar para casa. “Eu tenho um filho de 4 anos e nos primeiros dias eu não queria deixar ele ir para a escola, quando eu olhava para ele eu não sabia se ele ia voltar para casa”.
De acordo com a filha de Nery, o advogado era uma pessoa combativa, que já tinha feito representações contra advogados, juízes, desembargadores e outras pessoas do “alto escalão”, mas que ela ainda não sabe afirmar se o crime tem alguma ligação com essas denúncias.
“O que nos espanta é como que uma pessoa que levou sete tiros na cabeça no meio de uma avenida a luz do dia, em horário comercial, como que isso aconteceu e ninguém consegue apontar algum detalhe sobre a moto”, questionou se referindo ao veículo usado pelo assassino
Lívia terminou a entrevista dizendo esperar que a justiça seja feita: “A gente espera que seja feita justiça, a gente espera algum posicionamento, a gente espera que a nossa vida, de alguma forma, seja normal”.
No início da manhã desta quinta-feira, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá deflagrou a Operação Office Crime para cumprir mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre o crime. Foram alvos da ação três advogados de Cuiabá e dois empresários de Primavera do Leste (244 km de Cuiabá). Até o momento, a principal linha de investigação é de que Nery tenha sido assassinado por uma disputa de terras.
O CASO
Renato Nery foi morto a tiros quando chegava em seu escritório, no bairro Pico do Amor, em Cuiabá, no início de julho deste ano. Ele chegou a ser encaminhado ao hospital, passou por cirurgia e morreu logo depois. Passados quase cinco meses desde o crime, o caso permanece sem solução.
Na época, Antônio João chegou a alegar que desconhecia a representação feita pela vítima contra ele. Também vieram à tona outras acusações, desta vez contra Nery, por parte de Wilma Terezinha Destro Fernandes, suposta dona da área em litígio no processo que envolvia Renato e Antônio. Ela imputou ao ex-presidente da OAB os crimes de ameaça e falsificação de documentos.
No dia 30 de julho, a delegacia especializada cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarantã do Norte, Cuiabá e Várzea Grande, com o objetivo de coletar informações que corroboram as investigações.
Em setembro, a DHPP requisitou uma perícia complementar para auxiliar na identificação do executor do crime. Agora, com a nova ação policial, o objetivo é coletar mais provas que possa subsidiar as investigações.
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