O promotor titular da 12ª promotoria de Justiça Criminal, Marcos Regenold Fernandes, afirmou que o empresário tratava os seus equipamentos bélicos como se fosse um controle remoto. A declaração consta no pedido de aumento de fiança assinado pelo membro do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no último dia 7 de agosto.
Regenold apontou que o empresário possuía um "enorme" estoque bélico em sua casa e que os tratavam como qualquer objeto. Vale ressaltar que durante buscas da Polícia Civil na casa da família foram encontradas armas e munições.
“Evidenciou-se nas investigações ainda em curso, que o indiciado trata o enorme estoque bélico que possui como se fossem objetos de uso corriqueiro, como um celular, um controle remoto, ou algo assim”, disse Regenold no pedido.
O empresário é pai da adolescente de 14 anos que matou com um tiro, supostamente acidental Isabele Guimarães Ramos, da mesma idade, no dia 12 de julho, condomínio de luxo Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
Após a morte da jovem, o caso passou a ser investigado pelo delegado Olímpio da Cunhas Fernandes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No entanto, por se tratar de uma adolescente, a morte de Isabele passou a ser apurada pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica).
Desprezava regras
O promotor alegou também que devido às investigações da Polícia Civil foi possível notar que o empresário tratava com “desprezo” as regras de porte de arma.
“Outro ponto que merece relevo é aquele apurado recentemente pelos dignos Delegados da Deddica e da DEA, responsáveis pela investigação do caso e que estão desempenhando com enorme zelo e dedicação esta função. O fato é que restou desnudado a conduta de total desprezo do indiciado para com as regras mínimas de segurança que se exige dos detentores de armas de fogo”, diz outra parte da solicitação.
Por fim, Regenold ainda citou que a casa do empresário, onde a adolescente foi morta, possuía grande movimentação de adolescentes.
“Isso em uma residência que vivem 03 adolescentes trigêmeos de apenas 14 anos de idade e outra irmã também muito jovem com intenso movimento de outros adolescentes vizinhos como se observou no dia do evento fatídico”, finalizou.
Aumento de fiança
Na última sexta-feira, Regenold recorreu da decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal da Capital, que determinou que o empresário pagasse o valor de valor de R$ 52.250 de fiança. O membro do Ministério Público solicitou que o empresário efetue o pagamento de R$ 104.500, que são equivalentes a 100 salários mínimos.
A justificativa do promotor é de que o empresário adquiriu cinco pistolas oriundas do Estados Unidos da América (EUA) no valor de R$ 45 mil. Regenold afirma ainda que parte dessa quantia foi adquirida já nos tempos de pandemia.
“Portanto, apenas com a aquisição de produtos bélicos, o recorrido teve gastos na ordem de R$ 45.390,47, sendo a grande maioria desse valor já durante a pandemia que assolou o planeta neste ano de 2020”, diz trecho da decisão em que o HiperNotícias teve acesso.
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