As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que hoje se encontram completamente paralisadas, podem não ser concluídas antes do final de 2018, na visão mais otimista possível. A declaração foi dada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, durante entrevista, nesta terça-feira (13).
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Outro ponto que emperra o andamento das obras é a desapropriação de imóveis que estão no "caminho do VLT". Mais de 60% das desapropriações ainda não aconteceram. Na maioria dos casos, os proprietários não concordam com os valores oferecidos como compensação.
Durante reunião com representantes do Consórcio, que ocorreu durante a fase de transição, os empreiteiros teriam afirmado que, mesmo se a situação fosse resolvida até março de 2015 – ou seja, se todas as verbas atrasadas fossem pagas e as desapropriações feitas – o VLT seria entregue, talvez, no final de 2018.
"Perguntei: Vamos supor que em março de 2015, por uma obra divina, tudo se resolvesse e as obras fossem retomadas. Quando ficaria pronto o VLT? Me responderam: Talvez no final de 2018", disse Paulo Taques.
Segundo o secretário, enquanto a obra não anda, o Governo do Estado ainda é obrigado a pagar uma taxa mensal de manutenção à fabricante dos vagões, pois a entrega oficial ainda não foi realizada.
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A possibilidade de mais atraso na conclusão do novo modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande é evidente, isso porque, segundo o secretário-chefe da Casa Civil, a prioridade do Governo Taques não é "colocar um trem para andar', mas solucionar os problemas de áreas essenciais, como Saúde, Educação e Segurança.
"A prioridade não é fazer o VLT andar, é tirar quem está esparramado nos corredores dos hospitais. A prioridade é arrumar estradas e cuidar da segurança, que estão matando nossas famílias", explicou o secretário.
VLT
As obras do VLT tiveram início em junho de 2012, com previsão de término para março de 2014, antes da Copa do Mundo. O trem deveria servir como 'vitrine' de um Mato Grosso moderno, mas acabou sendo apenas transtorno para os cuiabanos e vexame para os turistas.
Após muitas alterações de datas, o ex-governador Silval Barbosa prometeu encerrar o mandato com o trecho entre o Aeroporto, em Várzea Grande e o Porto, em Cuiabá, concluído, o que também não aconteceu.
Conforme o projeto do VLT, serão aproximadamente 22,2 km de extensão, ligando a região do CPA ao Aeroporto, e do Coxipó da Ponte ao centro de Cuiabá. Com o valor de R$ 1,47 bilhão, a implantação do VLT custa cerca de R$ 66 milhões por quilômetro.
O modal será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa.
Até junho de 2011, a ideia era construir um sistema de BRT (corredores exclusivos de ônibus), em Cuiabá, a um custo previsto inferior a R$ 500 milhões. As autoridades estaduais, porém, tomaram uma decisão baseada em critérios políticos, e não técnicos, para alterar o planejado, e decidiram pelo VLT.