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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015, 14h:41

Fora da lista de prioridades, VLT não deve andar antes de 2018

Empreiteiras que fazem parte do Consórcio VLT pararam o serviço e alegam que precisam receber pagamentos atrasados, de cerca de R$ 250 milhões

GABRIEL SOARES


As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que hoje se encontram completamente paralisadas, podem não ser concluídas antes do final de 2018, na visão mais otimista possível. A declaração foi dada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, durante entrevista, nesta terça-feira (13).

Edson Rodrigues/Secopa

Apesar de cerca de 75% do valor do VLT já ter sido pago, as empreiteiras que fazem parte do Consórcio VLT pararam o serviço e alegam que precisam receber pagamentos atrasados, de cerca de R$ 250 milhões, para poder continuar a construção.

Outro ponto que emperra o andamento das obras é a desapropriação de imóveis que estão no "caminho do VLT". Mais de 60% das desapropriações ainda não aconteceram. Na maioria dos casos, os proprietários não concordam com os valores oferecidos como compensação.

Durante reunião com representantes do Consórcio, que ocorreu durante a fase de transição, os empreiteiros teriam afirmado que, mesmo se a situação fosse resolvida até março de 2015 – ou seja, se todas as verbas atrasadas fossem pagas e as desapropriações feitas – o VLT seria entregue, talvez, no final de 2018.

"Perguntei: Vamos supor que em março de 2015, por uma obra divina, tudo se resolvesse e as obras fossem retomadas. Quando ficaria pronto o VLT? Me responderam: Talvez no final de 2018", disse Paulo Taques.

Segundo o secretário, enquanto a obra não anda, o Governo do Estado ainda é obrigado a pagar uma taxa mensal de manutenção à fabricante dos vagões, pois a entrega oficial ainda não foi realizada.

Marcos Lopes/HiperNotícias

“Já estão todos os vagões aí, e olha só, mais um desperdício de dinheiro público: A empresa que vendeu os vagões precisa entregá-los. Como ela não tem condições de entregar os vagões, ela está cobrando, por mês, para cuidar dos vagões. Então tem uma conta que está correndo todo mês. Ela cobra para fazer a manutenção desses vagões”, disse o chefe da Casa Civil.

A possibilidade de mais atraso na conclusão do novo modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande é evidente, isso porque, segundo o secretário-chefe da Casa Civil, a prioridade do Governo Taques não é "colocar um trem para andar', mas solucionar os problemas de áreas essenciais, como Saúde, Educação e Segurança.

"A prioridade não é fazer o VLT andar, é tirar quem está esparramado nos corredores dos hospitais. A prioridade é arrumar estradas e cuidar da segurança, que estão matando nossas famílias", explicou o secretário.

VLT
As obras do VLT tiveram início em junho de 2012, com previsão de término para março de 2014, antes da Copa do Mundo. O trem deveria servir como 'vitrine' de um Mato Grosso moderno, mas acabou sendo apenas transtorno para os cuiabanos e vexame para os turistas.

Após muitas alterações de datas, o ex-governador Silval Barbosa prometeu encerrar o mandato com o trecho entre o Aeroporto, em Várzea Grande e o Porto, em Cuiabá, concluído, o que também não aconteceu.

Conforme o projeto do VLT, serão aproximadamente 22,2 km de extensão, ligando a região do CPA ao Aeroporto, e do Coxipó da Ponte ao centro de Cuiabá. Com o valor de R$ 1,47 bilhão, a implantação do VLT custa cerca de R$ 66 milhões por quilômetro.

O modal será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa.

Até junho de 2011, a ideia era construir um sistema de BRT (corredores exclusivos de ônibus), em Cuiabá, a um custo previsto inferior a R$ 500 milhões. As autoridades estaduais, porém, tomaram uma decisão baseada em critérios políticos, e não técnicos, para alterar o planejado, e decidiram pelo VLT.