Um estudo publicado pelo Instituto Serrapilheira revelou que as Terras Indígenas (TI) previnem seca em 80% das áreas de agropecuária do Brasil e em Mato Grosso, o percentual de chuva média anual fornecida pela reciclagem de água pelas florestas em TIs é de 9,1%. O Estado é o nono mais beneficiado pela geração de chuva proveniente da umidade das terras, ficando atrás do Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia e Amazonas.
Os nove estados que recebem maior grau de influência de umidade advindas das TIs geraram, em 2021, cerca de R$338 bilhões de Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor agropecuário, o que representa 57% do VAB do setor agropecuário, e 3,8% do PIB
nacional, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Rondônia e Mato Grosso figuram entre os nove estados mais influenciados por essa chuva, ao mesmo tempo que estão entre os estados que mais desmataram florestas desde 1985, com 34 e 32% de perda, respectivamente, segundo o MapBiomas 2024. Uma clara contradição que destaca a urgência da conservação de florestas, em especial em TIs, para a manutenção de seus serviços ambientais.
"Torna-se urgente a proteção e a demarcação das Terras Indígenas como instrumentos para a conservação da Amazônia. Intrinsecamente, as TIs abrigam territórios ancestrais e históricos fundamentais para os modos de vida e identidades dos Povos Indígenas que neles habitam. Nossos resultados agregam a estudos que comprovam a importância da conservação dessa diversidade biocultural e da defesa de direitos, mostrando que a proteção de Terras Indígenas e da Amazônia como um todo é vital para a segurança hídrica, alimentar, socioeconômica e da biodiversidade do país, uma pauta a ser defendida por todos os setores da sociedade", traz o documento.
Além disso, de acordo com os dados do Censo Agropecuário 2017, a agricultura familiar concentra o maior número de unidades produtivas e gera uma parcela significativa de empregos. Do total de estabelecimentos rurais no Brasil, 76,8% são de agricultura familiar, ocupando 23% da área destinada a atividades agropecuárias e empregando 66,3% dos trabalhadores do setor.
Considerando os principais estados beneficiários da chuva advinda de TIs, a participação da agricultura familiar no valor da produção total dos estabelecimentos rurais representava 67% no Amazonas, 52% no Acre, 51% em Santa Catarina, 39% no Pará, 38% em Rondônia, 37% no Rio Grande do Sul, 27% no Paraná, 25% em Minas Gerais, 11% em São Paulo, 10% em Goiás, 6% em Mato Grosso do Sul, e 6% em Mato Grosso, segundo o IBGE.
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