O pesquisador da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), entidade que monitora o avanço da Covid-19 no país, Diego Xavier, prevê que Mato Grosso pode ter 28 mil casos confirmados da doença e 1,2 mil mortes até o próximo final de semana. O último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgado na noite desta terça-feira (7) registra 23.506 diagnosticados e 896 óbitos.
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O especialista alerta que o estado já se tornou o epicentro do coronavírus e que houve uma duplicação de infectados nas últimas semanas. “Os números de casos têm dobrado a cada 11 dias, enquanto que o número de mortes tem se duplicado em 9 dias. Se o aumento em Mato Grosso continuar nesse ritmo, o índice de óbitos será ainda maior, já que as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão com 93% de lotação. Nesse sentido, é bastante preocupante o que está acontecendo no estado", afirmou Diego Xavier, durante entrevista para o Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, nesta terça (7).
De acordo com Xavier, a pandemia da Covid-19 foi negligenciada por agentes públicos e até mesmo pela população, pois os trabalhos de prevenção da doença deveriam ter sido mais rígidos.
"A doença foi negligenciada por parte do poder público. Infelizmente foi se fazendo o relaxamento sem o devido cuidado, atenção, sem testar a população, sem acompanhamento, sem rastrear os infectados e sem saber onde o vírus estava circulando. A gente vê muitas medidas isoladas, uma verdadeira disputa entre municípios, governo estadual, federal e o vírus se aproveita exatamente disso para provocar esse dano incalculável na nossa população", declarou.
Ele ainda fez um apelo à população para que cumpra com as medidas de distanciamento social, uso de máscaras e higienização regular das mãos. “É bastante importante que a população entenda a necessidade de se ficar em casa, usar máscaras, precisamos tomar as medidas mais enérgicas nesse momento em que a doença cresce no estado. Estamos em um cenário de colapso do sistema de saúde”, alerta.
Questionado sobre a queda em número de casos da pandemia, o especialista disse que isso depende do comportamento da população e da tomada de decisões dos gestores locais e estaduais. “A gente pode controlar esse aumento de caso tomando as medidas recomendas. Hoje, o estado atravessa o pior período da epidemia, mas é possível acompanhar o avanço da doença e ao mesmo tempo diminuir os danos”, ressalta.
Abertura de leitos
Conforme noticiado pelo HNT/Hipernotícias, o governador Mauro Mendes (DEM) reforçou que o momento é de união entre Estado e municípios para salvar vidas e combater a pandemia da Covid-19, o coronavírus. Ele citou as parcerias firmadas com as prefeituras para abertura de mais de 150 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nesta semana.
"Muitos prefeitos estão com dificuldade para abrir UTIs, seja para comprar os equipamentos – e essa é uma dificuldade em todo o país – seja para contratar profissionais. Por isso, o Estado tem trabalhado para a abertura conjunta dos leitos. O município habilita a UTI e o governo vai ajudar a custear essa Unidade, junto com o Ministério da Saúde. Serão R$ 2 mil pagos por dia por UTI para as prefeituras", disse.
Cenário nacional
Nesta terça-feira (07), o Governo Federal confirmou 1.668.589 casos da Covid-19 no Brasil e 66.741 óbitos oriundos da doença. No levantamento do dia anterior, o país contabilizava 65.487 óbitos e 1.623.284 casos confirmados de pessoas infectadas pelo coronavírus.
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