O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (25), o quadro dos 521 municípios localizados em 16 estados e no Distrito Federal que receberão a vacina contra a dengue. Mato Grosso, no entanto, ficou fora da lista, mesmo recebendo classificação de alto risco para a doença em 2023, com 14 regiões em alerta onde estão 100 municípios.
A definição foi feita em conjunto com Conass e Conasems - órgãos representantes de Secretarias de Saúde de estados e municípios, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a Pasta, as regiões selecionadas para receber o imunizante deveriam atender a três requisitos: possuir pelo menos um município de grande porte, ou seja, com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024 e com maior predominância do sorotipo DENV-2.
Em 2023, Mato Grosso recebeu classificação vermelha, ou seja, indicando alto risco de contrair a doença. Naquele ano, foram registrados 26.342 casos de dengue e 22 mortes confirmadas. A Capital e Várzea Grande foram classificadas como risco médio. Já outras três grandes cidades do Estado, Tangará da Serra, Rondonópolis e Sinop, ficaram entre os cem municípios com alerta de alto risco, de acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Ao todo, foram 14 regiões de Mato Grosso categorizadas como de alto risco para dengue. São elas: oeste, médio Araguaia, alto tapajós, médio norte, Araguaia Xingu, sul mato-grossense, garças Araguaia, noroeste mato-grossense, vale dos Arinos, vale do Peixoto, sudoeste mato-grossense, centro norte, teles pires, e norte mato-grossense. Já nas três primeiras semanas de 2024, foram registrados 254 casos de dengue, conforme a SES.
Nos estados e municípios contemplados pelo imunizante, serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023 - depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Ao todo, o Ministério da Saúde adquiriu 5,2 milhões de doses da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. A previsão é que o imunizante seja entregue ao longo do ano pela farmacêutica. Para 2025, a pasta já garantiu 9 milhões de doses.
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS), que recomendou a incorporação.
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